Trabalho é trabalho; e jogo é jogo. Guilherme Duarte, gestor de Produto da ComOn Labs, está apostado em fazer do «trabalho um bom jogo». Como? Com uma app que dá pelo nome de Tap My Back – uma palmadinha nas costas, mas virtual. E eventualmente, com muito mais potencial que as palmadinhas nas costas de carne e osso. Pelo menos, é essa opinião que tem o júri do concurso Tech Startup 10, da Interop London, que acaba de escolher a Tap My Back para a lista de 10 projetos tecnológicos que vão estar em destaque na mostra Future of Technology que vai decorrer a meados de junho, na capital inglesa.
Para a ComOn, uma agência de Marketing Digital que tem vindo a trabalhar durante os últimos 20 meses nesta app que é simultaneamente um jogo e uma ferramenta de motivação, o prémio é encarado como o empurrão que faltava para conquistar adeptos num mundo cada vez mais digital que já tem nos videojogos uma das referências culturais. A app, disponível em Android e iOS, conta atualmente com 600 downloads – mas apenas três dessas subscrições são pagas (custos a partir de um euro mensal por utilizador, quando as equipas são superiores a cinco membros).
Os números estão longe de ser avassaladores, mas Guilherme Duarte não desarma no otimismo. O poder de atribuir medalhas ou distinções a membros de uma equipa pode ser motivador; os pontos incentivam as melhorias de comportamento e capacidade de trabalho; e estes fatores combinados podem ajudar a perceber em que ponto se encontra o espírito de equipa.
Guilherme Duarte fala com propriedade sobre os benefícios desta app criada em Portugal: «Começámos a desenvolver a Tap My Back quando sentimos necessidade de criar uma solução capaz de nos motivar (na ComOn). E tivemos resultados muito bons ao nível da cultura da empresa. Com o reconhecimento dos colegas, as pessoas ficam mais motivadas, porque é algo que é público, não é como as palmadinhas nas costas que são uma coisa apenas privada».
Na Tap My Back todas as pessoas têm os mesmos poderes – e podem atribuir medalhas de mérito relacionadas com várias atividades (pontualidade, criatividade, trabalho esforçado, etc.). Mesmo as chefias podem receber essas distinções. «Se bem que as pessoas geralmente são mais contidas nas medalhas que atribuem aos chefes porque não querem que os outros julguem que estão a dar graxa», acrescenta Guilherme
Duarte. Apesar de todos poderem interagir, apenas o gestor do grupo pode aceder aos dados do histórico e saber como todos os membros da equipa estão a evoluir (consoante os pontos, os membros da equipa podem subir de nível).
A par da motivação – e do despique – entre colegas de trabalho, a app da ComOn não perde de vista a vertente séria do mundo do trabalho. «Pode funcionar para como uma forma complementar para avaliação anual que é feita aos profissionais de uma empresa», conclui Gilherme Duarte.