Em 2007, Tiago Fernandes já pensava em criar uma solução como a Taggeo, mas «ainda não havia muitos smartphones e os tarifários de acesso à Net ilimitado ainda não eram tão comuns». A partir de 2010, os smartphones banalizaram-se e os tarifários que facilitam o acesso à Net também. E não menos importante, a cobertura das redes móveis aumentou exponencialmente. O que tornou possível o lançamento da Taggeo.
E o que faz esta app? A resposta é dada por Tiago Fernandes, um dos mentores do projeto: «esta solução pode ser usada em três vertentes: 1) desenvolvimento de tecnologias para empresas que pretendem criar promoções ou descontos com base na localização dos utilizadores; 2) criação de serviços que permitem que uma pessoa descarregue mensagens, músicas, vídeos, animações ou software quando passa por um determinado lugar; 3) e numa futua versão vai ser possível suportar jogos do género peddy-papers, que associam prémios ou promoções».
Hoje, a Taggeo está disponível para download gratuito nas lojas do Android, iOS, e Windows Phone. Mais de mil utilizadores já descarregaram a aplicação para criar os seus próprios circuitos ou apenas deixar mensagens que as pessoas que tenham a mesma app possam ler quando passam por um determinado local.
Entre os mais de mil utilizadores, há 14 que suscitam especial atenção por parte dos trio que criou o Taggeo: hoje há 12 empresas que estão em vias de usar a Taggeo em soluções próprias. A estas 12 juntam-se mais duas (uma delas é americana) que já concluíram essa adaptação. E é no segmento empresarial que a Taggeo pretende garantir receitas: «prevemos cobrar às empresas pelo uso da API que permite criar soluções com a nossa tecnologia. Mas também podemos cobrar em função das ações de marketing levadas a cabo, ou consoante o número de utilizadores que receberem mensagens promocionais e o número de utilizadores que as abriram. Nalguns casos, podemos criar a solução toda para a empresa e cobrar de acordo com estas duas variáveis», informa o Tiago Fernandes.
A Taggeo tem por base a localização de pessoas através de sistemas como o GPS, ou redes de Wi-Fi e GSM. No caso do GPS, o serviço garante uma margem de erro média de três metros; caso o utilizador apenas tenha cobertura Wi-Fi o serviço passa a ter uma margem de erro média que pode chegar aos 100 metros. No GSM, a margem de erro pode superar um quilómetro num cenário urbano, mas caso se enverede pelo 3G (terceira geração de telemóveis) já será possível ter uma margem de erro similar à do Wi-Fi.
No final de 2012, o plano de negócios da Taggeo ganhou um prémio de 25 mil euros no concurso Arrisca C, que se realizou na Universidade de Coimbra. Embalados pelo desempenho no concurso, o trio constituído por Tiago Fernandes, Mariana Teixeira e Rúben Ribeiro avançaram para o redesesing de funcionalidades (a lançar em breve) e para a constituição de uma empresa.
Ninguém deste trio de estudantes da Universidade do Porto receia a alcunha de spammer da localização: «Não temos de fazer spam. As empresas terão de pagar para usar este serviço, o que já limita parte das comunicações abusivas. Além disso, o utilizador pode definir de quem é que vai receber ou não mensagens», atenta Tiago Fernandes.