A constelação de satélites OneWeb sofreu um apagão a 31 de dezembro de 2024 e os serviços estiveram efetivamente interrompidos durante 48 horas. Agora, a Eutelsat, operadora francesa que detém o sistema, confirma que “a raiz do problema foi identificada como um problema de software com o segmento em terra. A constelação está a operar novamente”. A responsável de comunicações da empresa, Joanna Darlington, revelou ao website Via Satellite que o ano bissexto “parece ser a causa mais provável” para a falha de software.
A Eutelsat parece não ter acautelado o dia extra que acontece a cada quatro anos e que sucedeu em 2024, numa falha que pode ser considerada embaraçosa. A verdade é que a empresa que pretende rivalizar com a Starlink de Elon Musk esteve 48 horas sem fornecer serviços aos seus clientes.
A empresa francesa tem mais de 630 satélites em baixa órbita, numa construção que começou em 2020, avança o website Gizmodo. O processo tem sido difícil, com a invasão russa da Ucrânia a ter deteriorado as relações com a agência espacial Roscosmos, que chegou a lançar os primeiros conjuntos de satélites. Com as sanções impostas pelo Ocidente, a Rússia chegou a impor uma lista de exigências, com as quais a Eutelsat não concordou, acabando por perder 36 satélites que ainda estão ‘sequestrados’ em Baikonour, no Cazaquistão. Desde aí, a Eutelsat precisa dos serviços da SpaceX e da Indian Space Research Organization para poder lançar os seus satélites para órbita.
Nesta fase, os serviços da OneWeb estão apenas disponíveis nas Américas, algumas partes da Europa e da Ásia, com a empresa a não ter tido aprovações de segurança para operar na India, Tailândia, Turquia e outros. O foco da OneWeb é nos clientes empresariais e fornecedores de Internet em terra e não tanto os consumidores finais.