Os centros de dados necessários para a expansão das soluções de Inteligência Artificial da Google estão a provocar um afastamento dos objetivos climáticos a que a empresa se propôs. O relatório ambiental anual da gigante mostra que, em 2023, a sua poluição equivaleu a 14,3 milhões de toneladas de carbono, um aumento de 48% face ao que tinha em 2019.
A responsável de sustentabilidade da Google, Kate Brandt, reforçou que a empresa se mantém comprometida com o objetivo de neutralidade carbónica em 2030, mas reforçou que é um objetivo “extremamente ambicioso”. A gigante lembra que o desafio de “reduzir as emissões de gases de estufa” ao mesmo tempo que investe em construir grandes modelos de linguagem que exigem mais infraestruturas é “complexo e difícil de prever”.
“Prevemos que as nossas emissões ainda aumentem, antes de começarem a baixar para o nosso objetivo”, afirma Brandt, reforçando que estão a ser assinados acordos para energia limpa e que há uma “tremenda oportunidade para as soluções climáticas trazida pela IA”, cita o ArsTechnica.
A Google não está sozinha nesta tendência, com as grandes tecnológicas como a Microsoft e a Amazon a terem também planos para investir milhares de milhões de dólares em IA e os ativistas a lembraram as consequências nefastas que esta aposta pode ter nos objetivos de impacto ambiental das empresas.
As emissões relacionadas com energia na Google – principalmente ligadas à eletricidade consumida pelos centros de dados – aumentaram 37% face ao ano passado e representam um quarto do total das emissões de gases de estufa. A maior fatia, no entanto, vem da cadeia de fornecimento e também aumentou 8% face ao ano passado.
Em 2030, a Google promete ser neutra em termos de emissões de gases de estufa diretas e indiretas e ‘alimentar-se’ de energia limpa de carbono a todas as horas e todos os dias.