Mohammad Moniruzzaman estava a partilhar o ecrã durante uma reunião de trabalho entre a Nvidia e a Valeo. O engenheiro que está agora na tecnológica, já tinha trabalhado na Valeo, e faz parte da equipa que as duas empresas prepararam para desenvolver soluções de estacionamento e condução assistidos.
Os funcionários da Valeo identificaram rapidamente o código fonte da sua empresa a ser partilhado por Moniruzzaman e apressaram-se a tirar capturas de ecrã, que sustentam agora a queixa nos tribunais.
A Valeo esteve encarregue de desenvolver o software e o hardware para os fabricantes automóveis interessados neste tipo de soluções. No entanto, em 2021, a Nvidia conseguiu ganhar contratos para desenvolver a parte do software para o parqueamento assistido. O funcionário percebeu que, pela sua exposição e acesso a tecnologia proprietária, seria um bem valioso para a Nvidia e acabou por ingressar nas fileiras da gigante tecnológica.
Moniruzzaman é acusado de ter usado o seu endereço de email pessoal nos sistemas da Valeo para roubar mais de 6 GB de código fonte pouco depois de este ter sido desenvolvido e um total de dezenas de milhares de ficheiros. A partilha com a Nvidia aconteceu meses depois, ao ter sido presenteado com uma posição sénior na tecnológica, noticia o Engadget.
Segundo a Valeo, o funcionário admitiu o roubo e a polícia alemã encontrou documentação e hardware expostos na parede da casa deste, quando fizeram buscas. O engenheiro já pagou uma multa de 14400 euros e a defesa da Nvidia alegou, em 2022, que a empresa “não tem interesse no código da Valeo ou nos seus alegados segredos empresariais”. No entanto, a Valeo avançou agora para os tribunais, defendendo que a Nvidia poupou milhões ou mesmo centenas de milhões de dólares com em custos de desenvolvimento, gerando lucros que não são legítimos.