Das 115 startups portuguesas que participaram na Web Summit, 71% usam Inteligência Artificial no seu negócio, revelou António Dias Martins, Diretor-Executivo da Startup Portugal, no último dia do evento. Sinal dos tempos e do dinamismo do setor, sem o qual a economia portuguesa não poderá crescer, defendeu em conferência de imprensa no último dia da Web Summit. “Se a economia quer crescer, tem de apostar nestas empresas, que conseguem escalar de forma extraordinária, não dependem de instalações, de espaços físicos. São empresas que representam o futuro”, afirmou o responsável.
Desde a primeira edição da Web Summit, em 2016, que a Startup Portugal seleciona as melhores startups portuguesas para levar ao evento, no programa conhecido como Road 2 Web Summit. E graças a uma pareceria com a Galp, todos os anos são atribuídos prémios às que mais se distinguiram, a diferentes níveis: a mais promissora, a que terá mais impacto e a mais entusiasta (o prémio tem um valor pecuniário de 15 mil euros para a mais promissora e de cinco mil para as outras duas).
Ao lado de Ana Casaca, Diretora de Inovação da Galp, António Dias Martins anunciou as empresas vencedores da edição deste ano e que se distinguiram não só pela tecnologia que desenvolveram, mas também pela forma como se envolveram e apresentaram durante o programa Road 2 Web Summit. No capítulo entusiasmo, venceu a Jupiter App, uma aplicação criada pela contabilista Vânia Fortes, e que pretende ser um ‘descomplicómetro’ de uma das tarefas mais aborrecidas, e inevitáveis, que qualquer cidadão tem de cumprir, o pagamento de impostos. Pensada especialmente para trabalhadores independentes, a aplicação de subscrição mensal ou anual permite pagar o IVA e o IRS, de forma simples e intuitiva. “Depois de vários anos a trabalhar com freelancers, apercebi-me de que as dúvidas são quase sempre as mesmas, independentemente do setor de atividade”, disse Vânia Fortes à Exame Informática.
Se tivermos sorte, todos nós chegaremos a velhos. E certamente não queremos passar o dia num cadeirão, a olhar para um televisor (ou outro ecrã). É a pensar em todos nós que a engenheira agrónoma Sara Gonçalves criou a Actif, uma empresa que pretende combater o sedentarismo nos idosos, através de uma plataforma de atividade física e mental, adaptada às circunstâncias de cada um.
À boleia do PRR
Na categoria principal, a mais promissora, venceu a Ethiack, empresa de hacking ético, que tem André Batista, considerado em 2018 o “hacker mais valioso do mundo”, como fundador e CTO. O serviço de cibersegurança oferecido pela empresa baseia-se num sistema de Inteligência Artificial que funciona dia e noite, sete dias por semana, com uma precisão muito próxima dos cem por cento. “Há duas formas de encarar a cibersegurança: a defensiva, em que se reage ao ataque, e a preventiva, em que vamos para o lado do atacante, tentamos entrar e fechamos as portas abertas”, disse Jorge Monteiro, cofundador e CEO da empresa, à Exame Informática. A segunda corresponde à forma de atuação da Ethiack.
Também durante a Web Summit, a organização promotora do empreendedorismo nacional anunciou um evento de ligação entre investidores e empreendedores, o Startups & Investment Matching (SIM), que vai reunir, no Porto, de 2 a 4 de maio do próximo ano, startups portuguesas e investidores nacionais e internacionais, com vista a potenciar o investimento no ecossistema de empreendedorismo nacional. Entre dezembro deste ano e abril de 2024 decorrerá uma digressão pelas capitais de distrito, para divulgar informação sobre processo de candidatura aos programas de financiamento disponíveis, como os vouchers para startups, financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).