Há um ponto em pleno Oceano Atlântico que fica a meio caminho entre uma das mais vibrantes cidades americanas e o coração da Europa. Este ponto é o arquipélago dos Açores. “Estamos a quatro horas de Boston e a quatro horas de Bruxelas. Há um período do dia em que é possível estabelecer contacto com os dois lados do oceano”, observa Bruno Belo, Diretor Regional do Empreendedorismo e Competitividade. Esta evidência geográfica começa a chamar a atenção de empresas tecnológicas, que têm vindo a olhar para a região como um local apetecível para instalar uma unidade de negócio.
O mais recente, e relevante, é o caso da Jolera, multinacional canadiana com atividade na área das tecnologias de informação, em particular na cibersegurança, administração de sistemas e serviços baseados na cloud. Tem mais de 500 funcionários e uma faturação global de 58 milhões de euros e em Portugal está presente no Porto, em Amarante e, desde novembro, também em São Miguel, num investimento na ordem dos 250 mil euros. Com sede em Toronto, terra de emigrantes açorianos, e vários colaboradores com origem nas ilhas, tratou-se de uma evolução natural para o CEO Alex Shan. Em entrevista ao jornal Açoriano Oriental, concedida por altura da inauguração da delegação da empresa no primeiro Parque de Ciência e Tecnologia da Região Autónoma dos Açores, Nonagon, revelou a intenção de criar programas de formação em cibersegurança, em colaboração com a Universidade dos Açores e com escolas de formação profissional. “Pretendemos trazer pessoas do continente, do Canadá, da Ucrânia e da Polónia, que já possuem esses conhecimentos, para a Região”.