Um tribunal da Califórnia considerou Ahmad Abouammo culpado das acusações de espionagem a favor do regime da Arábia Saudita. Abouammo trabalhava no Twitter e teve acesso a informação pessoal de utilizadores críticos do regime do Príncipe bin Salman que depois terá passado a um funcionário próximo do monarca saudita.
Após a receção da informação, Bader al-Asaker, o funcionário do Princípe terá oferecido um relógio avaliado em 20 mil dólares ao espião e depositado mais de 300 mil dólares numa conta em nome do pai de Abouammo, no Líbano, noticia o The Guardian.
Os primeiros contactos com Abouammo datam de 2014, quando o governo saudita lhe pediu que arranjasse um escritório nas instalações do Twitter em São Francisco para ser ocupadopor um grupo de “empresários” sauditas. Sabe-se agora que esse grupo incluía Asaker e outros funcionários da coroa. O pedido seguinte foi de que o perfil de bin Salman tivesse o popular ‘visto’ azul de conta verificada e, em novembro, outro “empresário” pediu uma “reunião urgente” para discutir temas de “interesse mútuo”, lê-se na acusação. Na sequência da reunião, em dezembro, o espião recebeu o relógio e uma soma em dinheiro, tendo começado no mês seguinte a aceder a dados pessoais de um crítico do regime.
Os pagamentos para a conta bancária foram faseados em duas tranches. Antes de ter sido despedido do Twitter, Abouammo introduziu um terceiro acusado, Ali Alzabarth, que também está a enfrentar queixas de espionagem.
Abouammo trabalhou no Twitter em parcerias com os media no Médio Oriente entre 2014 e 2015 e enfrenta agora uma pena de prisão que pode ir até aos 20 anos.