Yuri Borisov, o novo líder da Roscosmos, afirmou na terça-feira que a Rússia ia sair do consórcio da Estação Espacial Internacional (ISS) depois de 2024. As afirmações não explicitavam a data de saída e foram complementadas com o anúncio da intenção de construir uma estação espacial própria e que, nessa altura, cessaria a cooperação com a parceria internacional. Agora, sabe-se que essa estação só deve estar concluída em 2027 e que a Rússia pretende ficar na ISS pelo menos até 2028.
A confirmação da nova data surge pela voz de Kathy Lueders, responsável pelos voos espaciais na NASA, que conta à Reuters que “não estamos a receber nenhuma indicação, a nenhum nível de trabalho, que algo tenha mudado”, descrevendo a cooperação com a Rússia como “business as usual”.
Sabe-se no entanto que na sequência da invasão da Ucrânia e das muitas sanções impostas, algumas parcerias espaciais da Rússia estão a desmoronar-se : os foguetões russos deixaram de ser vendidos a empresas americanas e os Soyuz deixaram de ser lançados a partir do porto espacial europeu na Guiana Francesa.
Já o antecessor de Borisov, Dmitry Rogozin, tinha feito ‘ameaças’ de saída múltiplas vezes, ligando essa decisão à manutenção ou levantamento de sanções económicas impostas ao país.
Foram agora revelados mais alguns detalhes sobre a iniciativa russa de ter a sua própria estação no espaço, a ROSS, ou Russian Orbital Service Station, com o diretor de voos russo para a ISS, Vladimir Solovyov a considerar que é uma má ideia sair rapidamente da ISS enquanto essa estação não estiver operacional: “precisamos, claro, de continuar a operar a ISS até criarmos uma carga de trabalho mais ou menos tangível para a ROSS. Temos de considerar que se pararmos os voos tripulados durante muito tempo, vai ser muito difícil recuperar o que tenha sido alcançado”.