Na Suécia, Klarna já se tornou verbo, sinónimo de comprar online, conta Alexandre Fernandes Ribeiro que está responsável pelas operações da fintech que chega agora a Portugal, quando já tem em carteira 90 milhões de clientes em todo o mundo. Desde as origens, em 2005, que a plataforma, cujo nome em sueco, na realidade, significa ‘claro’, se distingue pela modalidade “compre agora, pague depois”. “A pessoa recebia em casa e só pagava depois, se estivesse satisfeita”, conta Alexandre, que tem os números que traduzem o sucesso da empresa na ponta da língua: 18 milhões de utilizadores na app, 250 mil parceiros – que vão da roupa à eletrónica e à cosmética – dois milhões de compras diariamente.
Em Portugal, à semelhança do que se passa nos outros 18 países em que já está disponível, esperam acrescentar empresas locais ao portefólio, mantendo ainda a estratégia de concentrar nos fornecedores, os verdadeiros clientes, os custos de toda a operação, já que a solução de parcelar o pagamento em três tranches está disponível à partida, sem juros associados.
Apesar de estar associada a um banco, não é exigida a abertura de uma conta bancária, podendo o pagamento ser feito por débito na conta habitual. “Os portugueses não têm muito interesse em aderir a novos cartões de crédito”, justifica, mencionando a taxa de adesão a esta modalidade de pagamento no país que é 35%, por oposição à penetração na Alemanha, que ronda os 50 por cento.
A aplicação da Klarna permite algumas gracinhas, como a criação de wish lists, receber alertas sempre que um produto selecionado baixa de preço, acesso a informação sobre as emissões de carbono associadas à compra e a compensação destas mesmas emissões de carbono. O valor mínimo para fazer uma compra é de 35 euros, o máximo de mil.
Esta chegada a Portugal coincide com as mudanças aceleradas pela pandemia, como uma maior digitalização da sociedade, em particular a adesão a sistemas de pagamento como o MB WAY.
O objetivo aqui, insiste o responsável, é manter a flexibilidade e ir de encontro à conveniência dos consumidores. “Não queremos estar associados à banca tradicional.”