A proibição da SafeGraph pela Google obriga a que todas as apps que trabalhem com código desta empresa, nomeadamente na recolha de dados de localização de utilizadores, tenham de o eliminar. A SafeGraph anunciava que estava disponível para vender dados a governos, entidades ou outras indústrias, mas também para o mercado aberto para, basicamente, qualquer pessoa. “Estão dispostos a vender dados com uma granularidade muito fina a qualquer pessoa que tenha um cartão de crédito”, explica Zach Edwards ao Motherboard, um investigador que analisou várias cadeias de fornecimento de dados nos últimos tempos.
A SafeGraph recolhia dados a partir da introdução do seu código ou SDK em apps de terceiros. Essas aplicações faziam a monitorização da localização dos utilizadores e a SafeGraph recebia a informação que recondicionava e vendia a outros. Em junho, a Google avisou estes programadores de que tinham sete dias para remover o código e o SDK da SafeGraph das suas apps e, caso não o fizessem, poderiam mesmo vir a ser expulsas da loja de apps.
A atividade da SafeGraph não se cingia à venda de dados de localização, havendo outras ofertas disponíveis como os nomes de proprietários de terrenos nos EUA ou outros.
Estes serviços vendem os dados de forma anonimizada, mas conjuntos de localizações podem, muitas vezes, revelar detalhes sobre cada indivíduo e muitos utilizadores não estão cientes de que esta informação esteja a ser recolhida.
O próprio New York Times chegou a comprar dados à SafeGraph para criar mapas que mostrassem onde é que as pessoas tendiam a ir quando as regras de desconfinamento aligeiraram. Questionado sobre a utilização desta fonte polémica, o NY Times esclarece que “estamos confiantes de que o uso destes dados nos nossos artigos noticiosos e de opinião foi responsável. Os dados são agregados e não incluem informação de localização individualizada”.
A Google tem conduzido vários esforços para encerrar algumas apps de recolha de localização dos utilizadores. Em dezembro, em conjunto com a Apple, baniu um serviço destes chamado X-Mode Social que alegadamente estava a colaborar com militares dos EUA e outras entidades.