O Ministério da Justiça da Coreia do Sul anunciou que Jay Y. Lee, o popular herdeiro da Samsung, vai ser libertado esta sexta-feira, dois dias antes do Dia da Libertação Nacional. As autoridades revelam que tiveram em consideração o sentimento nacional, a atitude de Lee durante o tempo que esteve preso e a condição económica mundial, acelerada pela pandemia e pela escassez de chips, para aceder ao pedido de liberdade condicional.
Lee já cumpriu seis dos 18 meses a que foi condenado, mas as autoridades tiveram em conta também o ano que passou atrás das grades da primeira vez que foi condenado para considerar que seria elegível para o pedido, uma vez que cumpre o requisito de ter passado já 60% da pena. O outro fator de peso que fez pender a decisão foi o apoio do público, com as sondagens a indicarem que a maioria da população apoiava a libertação, noticia o Gizmodo. O terceiro, e possivelmente mais importante fator, terá sido no entanto a necessidade de manter a Coreia do Sul a manter o estatuto de produtor de topo de chips e ajudar a mitigar os efeitos da Covid-19 na economia nacional.
A influência de Jay Y. Lee é fácil de perceber quando sabemos que a Samsung é o maior chaebol, um conglomerado de empresas controlado por uma empresa-mãe, da Coreia. Os chaebols desempenham, historicamente, um papel de relevo na política e economia nacionais, sendo responsáveis por 77% do valor de mercado das empresas coreanas no Index Asia300. Só a Samsung é responsável por 20% do PIB da Coreia do Sul.
As autoridades esperam que a libertação de Lee acelere as ambições da Samsung em construir uma fábrica de chips nos EUA e que avance também o acordo da Samsung Biologics para a produção da vacina da Moderna. Segundo o The Wall Street Journal, os apoiantes de Lee defendem que a sua prisão e o seu afastamento da direção fazem com que a Samsung tenha tido dificuldades acrescidas em mitigar o impacto da pandemia e da escassez de chips.
Entre os que defendem que Lee devia continuar preso estão mais de mil grupos de ativistas que alegam que o executivo não mostra arrependimento pelos seus atos e que a Samsung devia poder ser gerida na sua ausência.