No mesmo dia em que o primeiro-ministro israelita Benny Gantz chegou a Paris para falar com o congénere francês sobre as revelações Pegasus, as autoridades de Israel estavam a fazer buscas nos escritórios da NSO Group, a empresa que comercializa o software que alegadamente terá sido usado por vários clientes governamentais para espiar políticos, jornalistas e ativistas.
As revelações surgiram há algumas semanas, quando um consórcio de 17 órgãos de comunicação social revelaram a existência de uma lista com 50 mil números de telefone de possíveis candidatos a serem espiados pelo software da NSO.
Apesar de alguns meios descreverem a iniciativa das autoridades israelitas como sendo buscas no local, a empresa visada explica que se tratou de “uma visita” às suas instalações e que já tinha sido informada previamente de que seria alvo de uma inspeção, noticia o The Guardian.
As autoridades oficiais confirmam que a visita foi realizada de forma conjunta por várias entidades e que se pretendeu clarificar a veracidade das alegações provenientes do Pegasus.
A NSO já afirmou por várias vezes que o facto de um número de telefone constar da base de dados divulgada não quer dizer que estivesse a ser monitorizado pelo seu software: “a lista não é uma lista de alvos ou potenciais alvos (…) Os números não estão relacionados com a NSO Group de forma alguma”.
À medida que o assunto foi sendo cada vez mais divulgado, aumentou a pressão diplomática sobre Israel para investigar o tema e atuar para evitar que o software espião pudesse ser vendido para outros governos vigiarem ou monitorizarem potenciais rivais.