Nunca será possível compreender tudo o que acontece à nossa volta. E podemos “ficar em paz” com isso, diz o artista plástico de origem argentina Thomas Saraceno. A declaração abre o documentário Exploring Art at the European Patent Office (EPO), o instituto de patentes europeu que marca assim o Dia Mundial da Arte, assinalado esta quinta-feira pela UNESCO. Aos 46 anos, Saraceno tem já uma vasta obra onde estão sempre presentes as questões da sustentabilidade, da democracia (passou a infância exilado em Itália com os pais, fugidos da ditadura militar argentina) e também da tecnologia e da inovação. E isto dá-lhe direito a figurar entre a coleção de arte do EPO, reunida ao longo dos últimos 40 anos e agora revelada. Aliás, o próprio Thomas Saraceno é detentor de cinco patentes relacionadas com um sistema de isolamento térmico. “Enquanto uma patente honra e protege uma invenção como expressão única da mente humana, uma obra de arte é a expressão criativa de uma criação única”, lê-se na apresentação oficial do documentário de 30 minutos.
Além dos internacionais Tomás Saraceno, Olafur Eliasson ou Sylvie Fleury também fazem parte da coleção, espalhada pela sede do instituto, em Munique, e pelos escritórios em Berlim, Bruxelas, Haia e Viena, também estão expostas obras de arte dos portugueses José Loureiro, Rui Chafes, Francisco da Mata e Pedro Cabrita Reis.
“O fator decisivo para a inclusão de uma obra na coleção de arte do EPO é a existência de um verdadeiro envolvimento artístico com a ciência e a tecnologia. O compromisso cultural do EPO nasce da convicção de longa data de que o encontro com a arte muda perspetivas e promete novas abordagens ao pensamento e à ação.”
Em breve, a coleção estará acessível na sua totalidade no website do EPO.