Nas várias entrevistas que deu desde que tomou posse em maio do ano passado, Chiara Manfletti, engenheira aeroespacial, doutorada na mesma área, sempre se assumiu como uma otimista relativamente ao projeto espacial português. No entanto, pouco mais de um ano após ter tomado posse como a primeira presidente da recém-criada agência, denominada Portugal Space, estando na alçada do Ministério da Ciência e Ensino Superior, a dirigente anuncia a partida, já em meados de setembro.
A revelação aconteceu esta manhã durante o workshop Space Systems and Innovations: Portugal in Europe 2020-2030, que está a decorrer em Lisboa, no Teatro Thalia e onde participou também o ministro da Ciência Manuel Heitor.
Na sua comunicação à plateia, composta por elementos do setor espacial e académico, convidados a assistir – presencialmente ou remotamente – a ainda presidente anunciou, na sessão de abertura, que iria deixar o cargo.
Quando aceitou vir para Portugal, Manfletti trabalhava como conselheira do Diretor-Geral da Agência Espacial Europeia (ESA), na sede em Paris. Com pais de origem italiana e alemã, falando várias línguas, incluindo português, Chiara Manfletti sempre se assumiu como uma cidadã europeia, acima de tudo.
Para já, ainda não é conhecido o nome de quem irá substituir a atual presidente. A Exame Informática sabe, no entanto, que antes de Manfletti ter sido escolhida para presidente da Portugal Space – uma agência que é considerada um hub da própria ESA, sendo que Manfletti nunca perdeu o seu vículo contratual à agência europeia – Manuel Heitor tentou endereçar o convite a portugueses expatriados. É bem possível que agora tenha de fazer nova ronda.