O grupo de ativistas sem fins lucrativos Avaaz analisou a informação publicada no Facebook e conclui que mensagens com conteúdos falsos ou enganadores sobre saúde pública foram vistas por 3,8 mil milhões de vezes, muitas vezes com consequências trágicas para os utilizadores. A Facebook defende-se desta classificação dizendo que “partilhamos o objetivo da Avaaz em limitar a desinformação. Graças à nossa rede global de fact-checkers, de abril a junho, aplicamos avisos em 98 milhões de publicações sobre a Covid-19 e removemos sete milhões de conteúdos que poderiam conduzir a um perigo iminente”, cita a BBC.
A Avaaz revela que apenas 16% dos conteúdos que identificou como desinformação ostentava o selo aplicado pela Facebook. A lista de top 10 dos sites identificados como contendo desinformação de saúde por especialistas têm até quatro vezes mais visualizações que páginas oficiais, como a da Organização Mundial de Saúde.
As informações erróneas circulam mesmo em Páginas públicas, não apenas em grupos reservados. Deste lote, a equipa da Avaaz revela que 42 páginas tinham mais de 28 milhões de seguidores. Os conteúdos falsos vão desde alegações de que Bill Gates patrocinou uma vacina que levou à paralisia de mais de 500 mil crianças na Índia, curas milagrosas para doenças como o ébola que acabam por ser fatais para os utilizadores que as seguem e também milhões de visualizações num artigo que afirmava que a quarentena faz mal à saúde pública.
A Avaaz acusa a Facebook de usar um algoritmo que sabota os esforços de limpar a plataforma e que “a pandemia vai ser ainda pior a não ser que a Facebook desintoxique o algoritmo e forneça correções a todos os que foram expostos a estas mentiras virais”. A associação sugere que a Facebook apresente, a todos os que viram as informações erradas, correções verificadas independentemente. Em paralelo, é pedido à empresa de Zuckerberg que diminua o alcance dos posts de desinformação, dando-lhes menos visibilidade, de forma a chegarem a menos pessoas.