O fundador da Microsoft falou da proposta de alguns líderes mundiais durante uma entrevista à TED dizendo que “não há meio termo aqui, é muito difícil dizermos às pessoas ‘continuem a ir a restaurantes, a comprar novas casas e ignorem o amontoado de corpos ali no canto. Queremos que continuem a gastar porque talvez haja um político que pensa que o crescimento do PIB é tudo quanto importa’ (…) É uma sugestão bastante irresponsável alguém pensar que podemos ter o melhor de dois mundos”.
Sem nunca se referir a Donald Trump, Bill Gates parecia de facto estar a falar da proposta do presidente americano que deixou perceber que seria possível encontrar um meio termo entre manter a economia e implementar as medidas de restrição contra o novo coronavírus. O presidente dos EUA propôs permitir que as pessoas saudáveis voltassem ao trabalho e que se mantivessem as pessoas mais frágeis em quarentena voluntária. A decisão dos EUA será tomada no final do mês. Recorde-se que os especialistas de saúde recomendam que o distanciamento social é mesmo necessário para se conseguir conter a expansão do surto.
Gates continuou na entrevista a defender que “o efeito económico é realmente dramático. Nunca aconteceu nada como isto na nossa geração. Trazer a economia de volta… é algo mais reversível do que trazer as pessoas de volta dos mortos. Vamos assumir a dor na dimensão económica – uma grande dor – para minimizar a dor nas dimensões doença e morte”.
O filantropo, que já destinou cem milhões de dólares da Fundação Melinda e Bill Gates para subsidiar testes e investigações em torno da pandemia, explica que o confinamento social deve ser necessário durante seis semanas e que, quanto mais cedo se entrar no caminho mais duro, mas cedo se consegue voltar ao normal.