EUA, Reino Unido e Austrália vão entregar uma carta aberta ao Facebook onde pedem que a cooperação com as autoridades seja feita em dias ou semanas e não seis meses a dois anos como acontece agora. Os responsáveis destes países estão particularmente preocupados em ter acesso às mensagens trocadas por suspeitos de abusos infantis ou terrorismo. A intenção desta carta é criar uma espécie de via prioritária através do qual as autoridades comunicariam com o Facebook para colocar os seus pedidos de acesso.
O National Center for Missing and Exploited Children, nos EUA, revela ter recebido mais de 18 milhões de dicas e pistas de abuso sexual infantil no ano passado, das quais 90% vieram do Facebook. Os planos de Zuckerberg de ter encriptação end-to-end vai tornar este esforço de investigação inútil, uma vez que os conteúdos deixam de estar disponíveis para os agentes da autoridade. Se os planos de encriptação avançarem, estima-se que 75% destas dicas nunca apareceriam, noticia a Reuters.
O Facebook já disse no passado que não iria construir “portas de fundo” como os governos têm estado a pedir. Antigone Davies, antiga responsável de segurança do Facebook, contou que a empresa estava à procura de novas formas para evitar comportamentos menos corretos e que os predadores sexuais tivessem contacto com crianças.
Os três políticos que assinam a carta referem que «o nosso entendimento é que muita desta atividade, que é crítica para proteger crianças e combater terroristas, não será possível se o Facebook implementar as suas propostas (…) Infelizmente, o Facebook não se comprometeu em responder aos nossos sérios receios sobre o impacto que estas propostas teriam em proteger os nossos cidadãos mais importantes».