Ren Zhengfei, presidente da Huawei, mostrou-se disposto a assinar acordos com os diferentes governos com o objetivo de garantir que as soluções comercializadas pela empresa chinesa não têm vulnerabilidades propositadas que permitem ações de espionagem (vulgarmente conhecidas por backdoors).
A disponibilidade para assinatura dos curiosos acordos foi anunciada em entrevista ao jornal italiano Il Sole 24 Ore. «Pela nossa parte, estamos disponíveis para assinar acordos de inexistência de backdoors com qualquer país», reiterou o presidente da Huawei ao jornal italiano.
Além das sanções impostas em países como a Austrália e a Nova Zelândia, a Huawei foi alvo de interdição nas redes estaduais e federais dos EUA. Uma ordem executiva do presidente Donald Trump viria a repercutir-se numa escalada do cerco comercial a que a Huawei tem sido sujeita nos últimos tempos em diferentes países do Ocidente.
Nessa ordem executiva, Trump determinou a exclusão de todas as marcas que podem representar potenciais ameaças à segurança nacional. Na sequência dessa ordem executiva, o Departamento Federal de Comércio dos EUA incluiu a Huawei na lista de marcas de potenciais ameaças – o que ditou a interdição da marca chinesa.
Esta medida mais drástica pretende funcionar como reação direta à legislação imposta pelo governo de Pequim que, no entender dos países ocidentais, obriga as marcas chinesas a cooperarem com as autoridades locais.
Nas últimas semanas, têm sido várias as iniciativas com vista a desanuviar o ambiente entre os dois lados da barricada. Além de uma medida cautelar que deu à marca chinesa a possibilidade de suspender temporariamente o efeito da ordem executiva ditada por Trump, também começaram a circular as primeiras notícias que dão conta de que o Governo dos EUA pode estar em vias de voltar a aprovar a reentrada da Huawei no circuito comercial.
Mesmo nos EUA, as restrições impostas à Huawei estão longe de ser consensuais: na passada segunda-feira, Donald Trump encontrou-se que administradores da Google, Broadcom, Cisco, Qualcomm, entre outras empresas – e o tema voltou à agenda. Desta feita, os representantes das tecnológicas sugeriram ao presidente dos EUA a emissão de licenças temporárias para poderem fazer negócios com a Huawei. Segundo a CNBC, o presidente Donald Trump terá concordado com a emissão dessas licenças.