Foi o próprio Ren Zhengfei, líder da Huawei, que avançou com a estimativa: a interdição comercial aplicada pelo governo dos EUA às tecnologias da Huawei poderão produzir perdas de 30 mil milhões de dólares (cerca de 26 mil milhões de euros) na faturação anual da marca chinesa.
Segundo a Reuters, é a primeira vez que a gigante tecnológica chinesa aceitou quantificar os danos produzidos direta e indiretamente pela interdição americana. O CEO da Huawei admite que não esperava um efeito tão severo, mas também mantém a expectativa de que em 2021 o negócio da marca chinesa regresse ao que era no passado (coincidência ou não, o mandato de Donald Trump na presidência dos EUA termina em 2021).
Além de não poder vender equipamentos para entidades estaduais e federais dos EUA, a Huawei está em vias de ser impedida de usar tecnologias americanas. Google, Intel, Qualcomm, ARM, ou até o standard do Wi-Fi estão entre as tecnologias que passaram a estar interditas para uso nos futuros equipamentos da Huawei. O cenário pouco animador poderá confirmar-se co o fim da derrogação de 90 dias que a gigante chinesa logrou alcançar junto da justiça dos EUA.
«Não conseguimos ter fornecimento de componentes, não podemos participar em organizações internacionais, não podemos trabalhar de forma mais próxima com as universidades, e não podemos usar nada que tenha componentes vindos dos EUA, e não podemos sequer estabelecer relações com redes que usem esses componentes», comentou Ren Zhengfei, citado pela Reuters.
Hoje, a Huawei fez um balanço sobre a quota de mercado nas redes de quinta geração de telemóveis (5G): «A Huawei já celebrou 46 contratos comerciais de 5G com operadores de todo o mundo e implementou mais de 100.000 estações base 5G. Assim, a empresa posiciona-se como o primeiro fornecedor de redes 5G, com presença em mais de 170 países».