A gigante chinesa de telecomunicações Huawei pode estar prestes a perder presença em vários mercados internacionais devido ao bloqueio comercial feito a semana passada por várias marcas tecnológicas. O alerta foi dado por alguns analistas de mercado da Fubon Research e da Strategy Analytics que, segundo a Reuters, prevêem uma redução entre os 4% e os 24% das vendas até ao final de 2019, caso as sanções impostas pelos Estados Unidos se mantenham.
O departamento de comércio americano impediu a marca chinesa de comprar bens e serviços cuja tecnologia tenha sido produzida nos Estados Unidos. No seguimento desta medida, empresas como a Google, Intel e a SoftBank anunciaram que iam cortar relações com a Huawei e parar de produzir materiais e tecnologia para a empresa chinesa.
«A Huawei pode mesmo vir a desaparecer de alguns mercados europeus no próximo ano, caso perca acesso à Google», disse Linda Sui, diretora de estratégia num departamento da Strategy Analytics, à Reuters, embora sublinhe que as vendas no mercado chinês deste ano podem ajudar a empresa a atenuar o momento difícil que está prestes a passar.
De acordo com a Reuters, a Fubon Research previu que a Huawei iria vender um total de cerca 258 milhões de smartphones este ano. Neste momento a empresa de estudos de mercado, afirma que na melhor das situações a Huawei atingirá os 200 milhões de vendas.
Segundo a IDC, uma empresa que faz análises de mercado, a Huawei controla aproximadamente 30% do mercado global de smartphones. Só em 2018 exportou cerca de 208 milhões de dispositivos para outros mercados que não o chinês, sendo a Europa um dos continentes com maior aceitação de mercado dos produtos da Huawei.
Bryan Ma, um analista da IDC, contou à Reuters que esta situação pode «abrir espaço em mercados, como o europeu, que podem vir a ser ocupados por outras marcas com modelos topo de gama», nomeadamente, a Samsung e Apple.