«Amo o meu país, apoio o Partido Comunista, mas nunca farei algo contra qualquer país no mundo», afirmou Ren Zhengfei, numa entrevista citada pela Reuters. O fundador explicou ainda que nunca recebeu qualquer pedido de nenhum jgoverno para ceder alguma informação menos própria. Ren é um ex-militar, fundou a empresa em 1987, tem 1,4% das ações e mantem sempre um perfil discreto, mas a Huawei já confirmou a autenticidade desta entrevista.
A detenção da CFO da Huawei no Canadá já provocou tensões entre Pequim e Otava, com a China a ter condenado à morte um cidadão canadiano por tráfico de drogas, o que agravou as relações.
Ren desmonta os receios que vários países ocidentais têm trazido a público de que o governo chinês estará a usar os equipamentos da Huawei para conduzir operações de espionagem de grande escala. Na Polónia, por exemplo, esta semana as autoridades revelaram estar a considerar banir o uso de produtos Huawei nos organismos públicos, depois de um funcionário da empresa ter sido detido por espionagem. O fundador da Huawei diz que não há qualquer lei na China que exija que qualquer empresa instale obrigatoriamente backdoors nos equipamentos que pudessem ser usadas para espionagem e relembra que a companhia nunca teve nenhum incidente sério de segurança.
Sobre a ameaça que paira de que vários países possam não avançar para soluções 5G com a Huawei, «tem sido sempre assim, não se pode trabalhar com todos… vamos focar-nos para servir melhor os países que nos acolham bem», disse Zhengfei, revelando ainda haver já 30 contratos assinados para construir redes de próxima geração.