Rui Dias Ferreira vai deixar a liderança da Vortal no final do ano. O diretor e fundador daquela que é a maior empresa de contratação eletrónica portuguesa e é apontada como uma das três maiores do segmento à escala mundial vai passar à condição de acionista da empresa, através da sociedade Netcore, que detém 23% da Vortal. Miguel Sobral, o atual “número 2” na gestão da empresa, vai passar a assumir as rédeas da empresa que começou a operar no ano 2000, com a denominação Econstroi, tendo como principal atrativo uma plataforma eletrónica que, no início, estava circunscrita à captação de fornecedores de produtos e serviços para a área da construção civil.
Rui Dias Ferreira deixa a liderança da Vortal em fase de crescimento: no ano de 2018, prevê-se um aumento de faturação que deverá oscilar entre os 15% e os 20% face a 2017. O que deverá permitir superar os 14 milhões de euros. Hoje, a Vortal encontra-se presente em 12 países e suporta negócios entre 350 mil empresas que lançam concursos internos para captação de propostas de fornecedores à escala internacional. Mais de dois terços dos negócios da Vortal são já processados além-fronteiras. A Vallis, com 58%, é a maior acionista da Vortal. Altice (9%), Pathena (10%) e a já mencionada Netcore (23%) figuram entre as acionistas minoritárias.
Rui Dias Ferreira recorda que não perdeu a veia de executivo, mas mantém em aberto o futuro pessoal: «Estou a estudar vários convites. Quero fazer mais mentoria de startups, e tenho participado em atividades relacionadas com escolas de negócios».
Para a Vortal e para os negócios da contratação pública em geral, Rui Dias Ferreira prevê um futuro promissor, pelo facto de grande parte das encomendas e adjudicações de concursos e empreitadas ainda não recorrerem às plataformas digitais. «Acredito que temos uma grande oportunidade de adotar a tecnologia blockchain, quer para a lidar com a segurança da informação/ encriptação, quer com a certificação digital. Também vejo um grande potencial na adoção de soluções de compra em loja tipo Amazon /Alibaba», antevê numa resenha escrita por e-mail o empresário que fica para a história como um dos mais bem-sucedidos da “geração dotcom” em Portugal.
Formado em engenharia civil na Universidade do Minho, viria a evoluir para o mundo da gestão com formações especializadas, tendo participado na construção da Ponte Ferroviária de São João, no Porto. Antes de criar a eConstroi – que hoje é Vortal – trabalhou durante 12 anos na Accenture.