
Michael Sohn
Há uma Volkswagen antes de Matthias Mueller e uma Volkswagen depois de Matthias Mueller. Foi o próprio CEO da marca alemã que o disse na apresentação de um novo plano estratégico. A marca alemã já definiu a estratégia de recuperação do abalo gerado pela adulteração das medições de CO2: A aposta nos carros elétricos deverá pôr termo às potenciais sequelas do “escândalo do CO2”, mas as atenções passaram a ficar centradas no anúncio de acordo com a app Gett, que permite a partilha de boleias e a requisição de veículos.
Na semana passada a Volkswagen já havia anunciado um investimento de 300 milhões de euros na Gett. A analisar pelas mais recentes movimentações, a marca alemã não estará sozinha no promissor segmento da partilha ou da comercialização de transportes pessoais. A Toyota anunciou um investimento na Uber; e a GM fez saber que iria aplicar 500 milhões de dólares na Lift (uma rival da Uber).
Segundo a Reuters, a parceria entre a Volkswagen e a Gett poderá produzir resultados no que toca a serviços de táxis, limusines e partilhas de automóveis. Matthias Mueller, o CEO que entrou em cena depois dos escândalos das emissões de CO2, reitera a intenção de criar uma nova Volkswagen: «No futuro, o nosso produto principal não será apenas o carro. O nosso produto principal, o nosso compromisso para os consumidores, é a mobilidade».
Shahar Weiser, CEO da Gett, também deu largas ao otimismo: «através desta parceria, garantimos o acesso a 100 milhões de clientes da Volkswagen».
As previsões ajudam a compreender a mais recente aposta da gigante alemã, que é também a maior fabricantes de automóveis da Europa: o mercado da partilha de transportes poderá valer até 10 mil milhões de euros em 2025.
Por essa altura, é possível que muitos dos consumidores já prefiram comprar o tempo de uso ou a distância total percorrida de automóvel, em vez de exigirem a propriedade do veículo – pelo menos é essa expectativa da Volkswagen e de muitos outros fabricantes de automóveis.