Com quantos cabos se faz um carregador? Em breve, a resposta certa será: «com nenhum». Pelo menos, é a essa a convicção das associações Alliance for Wireless Power e a Power Matters Alliance, que anunciaram ontem a fusão com o objetivo de acelerar a adoção comercial dos carregadores transmitem energia de telemóveis, tablets e os denominados “wearables”sem o recurso a cabos.
No horizonte, há um número e uma data que se perfilam: em 2018, o mercado global dos carregadores sem fios deverá valer 8,5 mil milhões de dólares, estima a consultora IHS. A estimativa permite concluir que os carregadores sem cabos, que operam por indução, poderão começar, ainda em 2015, dar início à expansão pelas várias famílias de gadgets.
À data desta edição, há uma questão que se coloca: Vai prevalecer um standard global ou vai ser adotada uma norma com diferentes versões regionais? Para já, o que se sabe é que a Alliance for Wireless Power e a Power Matters Alliance acordaram em tornar interoperáveis os respetivos standards.
A Alliance for Wireless Power conta entre os associados a Samsung, a Intel e a Qualcomm – marcas que estão presentes em muitos dos equipamentos usados no dia-a-dia. A Power Matters Alliance tem nos associados marcas como a Procter & Gamble e do Starbucks, o que leva a crer que também em segmentos menos tradicionais há interesse em usar sistemas de carregamento de baterias por indução.
Resta saber se a tendência de fusão se estende a uma terceira entidade criada para a promoção dos carregadores sem fios: criado em 2008, o Wireless Power Consortium tem vindo a promover o standard Qi, que se distingue por transmitir energia por indução a distâncias máximas de quatro centímetros dos dispositivos.
Além de, aparentemente estar mais avançado na criação de standard, o Wireless Power Consortium conta com vários nomes pesados das tecnologias como a Philips, a Nokia, a Asus, HTC, Huawei, LG Electronics, Motorola Mobility, Samsung (que está também presente na Alliance for Wireless Power), BlackBerry, e Sony. Até à data, foram vendidos 20 milhões de carregadores que operam com tecnologias Qi – apenas dois por cento dos mil milhões de telemóveis vendidos mundialmente.
Face às tendências que começam a ganhar forma, há uma questão que se coloca: será que o mercado mundial vai ser dominado por um único standard, ou será que se vai repetir a divisão entre famílias de gadgets, telemóveis e tablets que usam diferentes tecnologias de carregamento?