Florêncio de Almeida, líder da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), admite avançar com um boicote dos taxistas à tomada e à largada de passageiros no Aeroporto de Lisboa. A ameaça surge no seguimento da parceria assinada entre TAP e a Uber. «Sem dúvida que a TAP vai ter uma reação muito negativa por parte dos taxistas», garantiu, citado pelo Público, o responsável da ANTRAL, lembrando que não conhece ainda os termos da parceria entre TAP e a Uber.
Em declarações recentes, o governo português veio reiterar a a ideia de que a Uber não concorre com o serviço de táxis tradicional.
Apesar dos protestos da ANTRAL, a Uber vem mantendo uma presença bem mais pacífica em Lisboa que noutras capitais europeias. No dia 1 de janeiro, a Uber passa a ser proibida em Paris. A medida foi anunciada pelo governo francês na sequência de uma convocação de greve dos taxistas franceses que ameaçaram bloquear, através de uma marcha lenta, os 260 quilómetros de estradas que dão acesso à capital francesa.
Pierre-Henry Brandet, porta-voz do ministro do Interior de França, recordou que a nova lei, que pretende pôr termo à polémica iniciada com a com a chegada do UberPop (a modalidade mais barata da Uber) a Paris, tem em vista restringir a proliferação de serviços de transporte suportados por apps. «Não só é ilegal prestar este serviço, como adicionalmente representa um risco real para o consumidor», referiu Brandet, aos microfones da iTELE.
Em outubro, a justiça francesa aplicou uma coima de 100 mil euros à Uber, por ter dado a entender, através de publicidade, que o Uber é um serviço de partilha de automóvel, em vez de declaradamente referir que se trata de um serviço de transportes pago.
Até à data, a Uber tem estado a operar em Paris apesar do processo que estava a correr nos tribunais que acusa a empresa UberPop de concorrência ilegal.
É a segunda derrota que a UberPop regista na Europa, em poucos dias: na semana passada a mesma app Uber foi proibida em Espanha, por decisão judicial.