Em Portugal, a pirataria de software ronda os 40%, revela um relatório da Business Software Alliance (BSA) relativo a 2013. A percentagem agrega também aplicações e plataformas usadas pelo Estado, recorda Luís Sousa quando questionado pela Exame Informática: «Acredito que as taxas de pirataria no Estado sejam similares à taxa de pirataria do País. O que significa um valor à volta dos 40%. E a ideia que tenho é que, com os cortes levados a cabo nos últimos tempos, este cenário tem vindo a agravar-se», estima o presidente da Assoft.
Luís Sousa acredita que mesmo na administração central, Estado português está longe de ser um cliente exemplar no que toca ao respeito do licenciamento do software: «No estado, há muitos casos de sublicenciamento, em que uma solução que foi paga para ser usada por 10 pessoas, na verdade, tem 20, 30 ou mais utilizadores».
Entre todos os organismos da administração central, há um que costuma ser referido por mais de uma vez: «O Ministério da Saúde é aquele que mais preocupações dá aos produtores de software em termos de licenciamento», aponta Luís Sousa, admitindo que as situações de pirataria se possam dever à inexistência de uma estratégia comum a hospitais e Ministério da Saúde.
A quem tenta relativizar a importância do sublicenciamento, Luís Sousa responde: «O sublicenciamento é uma forma de pirataria de software».O líder da Assoft admite a pirataria em organismos de Estado possa representar uma perda anual de 15 milhões de euros. Este valor será o correspondente a cerca de um décimo das perdas resultantes da pirataria de software em Portugal.
De acordo com a BSA – The Software Alliance, a pirataria produziu um prejuízo de 180 milhões de dólares (cerca de 142 milhões de euros) em Portugal, durante 2013. Luís Sousa alerta para o impacto que as perdas originadas pela pirataria podem ter na indústria nacional, que valerá atualmente 800 milhões de euros.
Hoje, a Assoft lançou um alerta para as juntas de freguesia que estarão a usar software ilegal devido à fusão e à extinção de algumas destas edilidades. De acordo com a Assoft, haverá cerca de 750 juntas de freguesias que usam software que não está devidamente licenciado.