São cinco pisos e mil metros quadrados – o espaço suficiente para alojar 50 startups e mais de 250 empreendedores. João Vasconcelos, diretor da Startup Lisboa, acredita que o novo espaço vai permitir «receber os projetos que hoje não podemos receber no outro edifício (por falta de espaço)». «Com este novo espaço podemos tornar-nos mais agressivos na captação de novos projetos», explica o diretor da incubadora.
Com este anúncio, a Startup Lisboa passa a ocupar dois edifícios dedicados à incubação de ideias de negócio de Web, software e tecnologias móveis. Em ambos os casos, a incubadora só pôde avançar com o apoio e cedência do espaço de parceiros da banca, que têm uma presença histórica na Baixa Pombalina.
O primeiro edifício foi cedido pelo Montepio Geral; o segundo foi cedido pela CGD. «No caso da CGD, há mesmo um envolvimento no projeto da Startup Lisboa. Para a CGD, a participação neste projeto pode ser importante no que toca ao apoio a startups que precisam de capital de risco», acrescenta o responsável da Startup Lisboa.
Tanto no primeiro como no segundo edifício, os bancos mantêm-se como proprietários do espaço, cedendo-os temporariamente (10 anos) à incubadora. No segundo edifício, que se encontra no lado oposto da rua do primeiro, as obras deverão arrancar em breve e deverão durar entre quatro e cinco meses.
Em março, prevê-se que dois dos cinco pisos estejam operacionais. O que significa 450 metros quadrados disponíveis para acolher novos projetos. Os outros três pisos deverão ser remodelados nos tempos que se seguem à estreia.
João Vasconcelos não se dá por contente: «Só descanso quando conseguirmos ocupar toda a Rua da Prata», garante com um sorriso.
Graça Fonseca, vereadora da Economia e da Inovação da Câmara Municipal de Lisboa (CML), recorda que a reabilitação da Baixa Lisboeta também contempla outros setores: «É viável ter (na Baixa) um nó central ligado às tecnologias, mas há também interesse que sejam lançados novos negócios, que não têm de ser tecnológicos, mas podem ser complementares».
A vereadora da CML lembra que a Startup Lisboa já começou a produzir efeito no que toca à reabilitação dos bairros históricos, que nos últimos têm registado um declínio no que toca ao número de moradores. «Muita gente que veio trabalhar para a Startup Lisboa acabou por alugar casa ou quarto na Mouraria e no Bairro Alto».
Durante a apresentação do novo espaço, António Costa, presidente da CML, já havia enaltecido o papel que a Startup Lisboa tem assumido na reabilitação do tecido económico e dos bairros históricos: «Dos 100 projetos que passaram pela Startup Lisboa, há 20 que hoje estão a trabalhar em lugares próprios dentro da cidade».