Um relatório sobre cibersegurança, elaborado pelo senador Jean-Marie Bockel, não deixa margem para dúvidas: o governo francês e as autoridades da UE deverão interditar «o lançamento e o uso de routers e outros equipamentos nucleares para as redes (de telecomunicações) que apresentem algum risco para a segurança nacional, em particular os routers e outros equipamentos de origem francesa».
Mesmo tendo em conta que a França é a terra de origem da gigante das telecomunicações Alcatel-Lucent é pouco provável que as relações sino-gaulesas passem incólumes após este relatório. De acordo com o site Numerama, o relatório identifica 10 prioridades e 50 recomendações. A décima prioridade, que recomenda o abandono de tecnologias chinesas no setor das telecomunicações, terá tido por inspiração alguns casos similares no estrangeiro.
No relatório sobrecibersegurança, Jean-Marie Bockel refere que também que, na Austrália, o governo local decidiu banir o uso de equipamentos de marcas chinesas a fim de evitar futuros ciberataques. Também nos EUA, a questão já foi aflorada: um relatório do Pentágono recorda, a título de alerta, que a Huawei continua a manter grande proximidade dos militares chineses. O que pode ajudar a confirmar as teorias de que o governo e as fabricantes de equipamentos de telecomunicações chinesas têm trabalhado em parceria com o objetivo de criar “backdoors” que facilitam os ciberataques.
Face a todos estes “casos”, relatório de Jean-Marie Bockel, propõe ao governo francês e à Comissão Europeia que sejam criados mecanismos legais que tornem preferencial a escolha de equipamentos produzidos na Europa – e na França em especial.