O Roblox é um fenómeno indiscutível de popularidade, com mais de 80 milhões de jogadores diários em 2024, mais utilizadores mensais do que a PS5 e a Nintendo Switch juntas. O cofundador e diretor executivo da Roblox Corporation, Dave Baszucki, refere que a empresa está atenta e a providenciar “experiências impressionantes” a “dezenas de milhões de jogadores”, recomendando que os pais que estão preocupados com a segurança da plataforma devem manter os menores afastados. “A minha primeira mensagem [para os pais] é que se não estão confortáveis, não deixem as vossas crianças jogarRoblox”, afirmou o executivo.
Responsáveis de fóruns de pais no Reino Unido como o Mumsnet respondem que “há controlos parentais, e os nossos utilizadores precisam de supervisão parental constante (…) Se temos múltiplas crianças de quem temos de tomar conta e coisas acontecem, não podemos estar alerta 24/7 a olhar para tudo, mesmo que tenhamos todos os controlos parentais definidos”, afirma Justine Roberts. Já Ellie Gibson, do podcast Scummy Mummies, afirma que “é mais fácil dizer do que fazer, especialmente quando todos os seus amigos estão a jogar”, cita a BBC.
O executivo continuou a descrever que “temos a atitude na empresa de que qualquer incidente, mesmo que seja só um, é um a mais (…) Estamos vigilantes sobre bullying, sobre assédio, filtramos todas essas coisas e, atrás nos bastidores, a análise continua e, se necessário, comunicamos com as autoridades”.
A Roblox Corporation afirma estar a monitorizar as comunicações entre membros da plataforma e a empregar sistemas avançados de Inteligência Artificial e outras tecnologias para identificar as situações que carecem de investigações mais aprofundadas. No ano passado, a plataforma proibiu que os menores de 13 anos pudessem enviar mensagens diretamente e também que pudessem jogar nos ‘hangout experiences’ onde é possível haver chats entre jogadores.
Uma investigação da BBC, no entanto, mostra que é possível contornar os filtros e mudar as conversas para outras plataformas não vigiadas. Os jornalistas criaram duas contas, uma de 15 anos e outra de 27 anos, trocaram mensagens entre ambas e conseguiram passar a conversa para outros chats, tendo de reformular as mensagens para conseguir passar os filtros, num comportamento que pode ser adotado por predadores à caça de menores na plataforma.