DuckDuckGo, Info.com e Qwant são os três motores de busca alternativos ao Google que os utilizadores portugueses vão poder escolher como ferramenta de pesquisa principal nos smartphones Android. Os três motores de busca venceram o primeiro leilão promovido pela gigante norte-americana para Portugal, revelou a própria empresa. De notar a ausência do Bing.com, o motor de busca da Microsoft.
A partir de 1 de março, os cidadãos de países da União Europeia que configurarem um Android novo vão poder escolher o motor de busca que vai ficar pré-definido no navegador Google Chrome e na caixa de pesquisa do Google no ecrã principal – e que até aqui tem sido sempre o Google. No total vão existir quatro opções, sendo que uma delas continua a ser o Google. Quando escolher uma opção que não o Google, é também instalada a aplicação de pesquisa dessa empresa – e que no caso de Portugal vai então ser entre DuckDuckGo, Info.com e Qwant.
Os resultados deste primeiro leilão são válidos até 30 de junho de 2020, altura em que serão revelados os vencedores do novo leilão para cada país. O objetivo da gigante americana é fazer um leilão novo a cada três meses.
Esta forma diferente de definir o serviço de pesquisa principal nos smartphones Android surge como uma resposta da Google à multa de 4,3 mil milhões de euros aplicada, em 2018, pela Comissão Europeia por práticas anticoncorrenciais – tendo na altura ficado também decidido que a tecnológica norte-americana devia parar de definir o Google como o motor de busca “por defeito” no sistema operativo Android.
A Google fez um leilão por país, o que significa que as quatro opções de escolha que vão surgir aos utilizadores em Portugal são diferentes, por exemplo, das quatro opções de escolha que vão surgir aos utilizadores do Reino Unido – e que são o Bing, DuckDuckGo e Info.com.
De salientar que apesar deste sistema mais “aberto” e que dá a oportunidade a outros motores de busca de ganharem destaque nos smartphones Android, o sistema operativo mais usado em todo o mundo com uma quota de mercado superior a 70%, as três alternativas ao Google vão ter de pagar por utilizador conquistado.
Segundo o sistema definido pela tecnológica, sempre que um motor de busca concorrente for definido como a opção de pesquisa por defeito no smartphone, essa empresa terá de pagar um valor à Google por ter vencido o leilão.
«No leilão de cada país, os fornecedores de serviços de pesquisa vão dizer o preço que estão dispostos a pagar cada vez que um utilizador selecioná-los no ecrã de escolha nesse país. Cada país vai ter um limite mínimo de licitação. As três licitações que cumpram ou excedam o limite de licitação para um determinado país vão aparecer no ecrã de escolha para esse país», já tinha explicado a Google em agosto de 2019, quando anunciou o novo sistema.
E apesar de ser cobrado um valor por cada utilizador “conquistado” por outros motores de busca durante a fase de seleção, será depois possível trocar o motor de busca definido a qualquer altura, tal como já acontecia até agora.
Apesar de dar “hipótese” a outros motores de busca de ganhar mercado no Android, a forma como o sistema foi montado, em jeito de leilão, tem valido críticas à Google de alguns concorrentes diretos, caso da Qwant e da DuckDuckGo, cita a publicação The Verge, que criticam o facto de ser necessário pagar para concorrer com a Google.