Poucos dias antes de subir ao palco principal da Web Summit, Maria Hahn, responsável da Nutrix, teve de ir ao hospital devido a um acidente a fazer surf numa praia portuguesa. Mas nem tudo correu mal durante a passagem por terras lusas: a startup suiça acabou por ser escolhida entre 134 startups como o melhor projeto apresentado no concurso de empreendedorismo que está na origem da Web Summit. O projeto, que pretende desenvolver um nano-sensor que se coloca junto a um dos dentes para análise de glicose a partir da saliva, acabou por superar um outro que pretende desenvolver uma plataforma de troca de correspondência com crianças (Banjo Robinson) e uma plataforma de subscrição de viagens (BrB).
A escolha do júri acabou por coincidir com a do público. Nos votos dos espetadores (que contam 25% na decisão final), a Nutrix reuniu 40 das preferências.
Maria Hahn não escondeu o bom augúrio que a vitória neste concurso poderá vir a ter para um negócio que só deverá iniciar comercialização dentro de três anos. Reiterou para o público a intenção de «transformar a medicina» e desenvolver a tecnologia por forma a garantir que, no futuro, os nanossensores vão poder monitorizar outros indicadores, permitindo expandir o negócio para lá da população que sofre de diabetes ou que precisa de uma monitorização contínua da glicose no sangue.
O nanossensor criado pela Nutrix é «invisível». Os mentores do projeto garantem que este nanossensor que recorre a partículas de ouro poderá ser mais 50% mais barato que outros biossensores que já existem no mercado. O projeto está ainda na fase inicial – e só deverá chegar ao mercado dentro de três a cinco anos. Os
responsáveis pela Nutrix garantem que além da monitorização de açúcar no sangue esta tecnologia poderá ser útil para monitorizar outros indicadores de saúde.