Em pouco mais de 24 horas, a Associação Vamos Salvar o Jamor (ASVJ) conseguiu juntar mais de 10 mil visualizações e angariar quase metade do objetivo da campanha de crowdfunding “Vamos Salvar o Jamor, Betão Aqui, Não!”, que está a decorrer na plataforma PPL. A campanha tem por objetivo juntar parte do dinheiro necessário para o pagamento de honorários de advogados e procedimentos relacionados com a interposição de uma ação judicial contra o projeto Porto Cruz, que prevê a construção de uma marina e de oito edifícios (entre eles cinco torres; um deles poderá ter 20 andares) no Vale do Jamor, junto à praia da Cruz Quebrada.
«A associação tem estado presente em feiras e eventos, mas são presenças que exigem muito tempo e dão pouca visibilidade. Decidimos avançar para algo que possa dar mais visibilidade. E foi por isso que lançámos a campanha de crowdfunding», explica Cristina Grosso, membro da direção da ASVJ.
Entre a noite do dia 14 e a data de publicação desta notícia já foram angariados mais de 1200 euros. Cristina Grosso admite que os 3000 euros pedidos nesta primeira campanha são apenas parte do valor necessário para custear a ação judicial contra um projeto que classifica de ilegal.
A direção da ASVJ acredita que serão necessários 6000 euros para levar a cabo a ação judicial. Caso esse valor não seja alcançado nesta campanha (apesar de fixado o limite nos 3000 euros, nada impede a primeira campanha de angariar um valor superior), a associação admite lançar outra campanha depois de expirar aquela que está atualmente em curso.
ASVJ acusa o projeto do Grupo SIL, que foi aprovado em Plano de Pormenor pela Câmara Municipal de Oeiras, de pôr em risco um dos últimos espaços verdes do concelho. Outro dos argumentos apontados pela associação é a construção de edifícios em solo sujeito a cheias.
«(O Porto Cruz) não respeita o que foi projetado para o Vale do Jamor no que toca às limitações de construções de betão e à preservação dos espaços verdes, em que se incluem uma ciclovia e espaços desportivos. Além da desvalorização das casas, há também uma perda da qualidade de vida», acusa Cristina Grosso.