UnLove pode ser encarado como um repto para o fim do amor, mas é um jogo didático criado por estudantes do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (DeCA) que tem como destinatários os adolescentes – ou todas as pessoas que necessitem de aprender a lidar com a violência e o confronto no namoro.
No jogo, que já se encontra para disponível para demonstração na Internet, os utilizadores podem escolher relações hetero ou homossexuais e encarnar uma personagem através de um avatar. Ao longo do jogo, será seguida uma narrativa que deverá desencadear diferentes situações de conflito entre um casal.
O jogo permite a um personagem deslocar-se em vários cenários e interagir com diferentes avatares. Os utilizadores que tomarem as atitudes consideradas mais indicadas são pontuados.
UnLove foi desenhado com o objetivo de potenciar os jogos como mecanismo capaz de transformar mentalidades. O desafio partiu do Movimento Democrático de Mulheres (e por isso o protótipo do jogo é apresentado hoje como forma de assinalar o Dia Internacional da Erradicação da Violência sobre as Mulheres) que pretendia desenvolver uma forma de sensibilização capaz de tirar partido das ferramentas tecnológicas que os jovens usam no quotidiano.
«Sabemos que a prevenção e sensibilização para a Violência no Namoro deve ser, preferencialmente, operacionalizada em medidas de prevenção primária, direcionadas diretamente para os adolescentes e jovens em contexto escolar. As escolas e as universidades são, portanto, espaços de intervenção privilegiados, já que nos permitirão chegar junto desse público», refere Margarida Almeida, coordenadora do projeto, num comunicado da Universidade de Aveiro.
Os quatro alunos que criaram UnLove têm a perspetivas de evoluir da fase experimental para um projeto mais consolidado. E para isso já apresentaram uma candidatura aos financiamentos previstos pela parceria entre Portugal e a Universidade do Texas Austin. «O que desejamos é dar continuidade ao protótipo desenvolvido, produzindo uma versão final do jogo que possa ser validada junto do público-alvo a que se destina e que se possa constituir como uma efetiva ferramenta de apoio à intervenção social e educativa na área da prevenção e sensibilização para a violência no namoro”, revela Margarida Ameida.