O voto da Internet é benéfico para a democracia? O governo norueguês não responde à questão – apenas invoca questões de segurança para não levar avante os testes de votação através da Internet nos próximos escrutínios.
De acordo com a BBC, o governo escandinavo justificou o abandono das “eleições na Internet” com o receio dos eleitores, que não estarão dispostos a sujeitar-se a um processo de voto que eventualmente poderá ser alvo de ataques e da eventual publicação das preferências partidárias de cada cidadão.
Para esta posição terá contribuído uma experiência menos bem sucedida em 2013: nesse ano, o governo disponibilizou as ferramentas necessárias para que 250 mil eleitores de 12 cidades pudessem “depositar” o voto através da Internet. Pouco depois das eleições, gerou-se a polémica em torno do sistema de encriptação que era enviado pela Internet para os eleitores – e que terá levado os especialistas a aconselharem uma reformulação do método de proteção.
O facto de cerca de 0,70% dos eleitores terem votado duas vezes (uma na Internet e outra de seguida nas urnas de voto tradicionais) também terá não contribuído para a noção de fiabilidade do sistema.
Ao argumento da alegada falta de segurança, juntam-se ainda mais dois: os testes levados a cabo em 2011 e 2013 não terão produzido a adesão desejada e no circuito político a matéria está longe de gerar consenso. Os números das eleições de 2013 confirmam que o voto eletrónico está longe de ser um paladino da participação democrática: apenas 70 mil dos 250 mil eleitores abrangidos pelo sistema usaram o voto através da Internet.