O orçamento de 2014 entra para a história da Austrália como um dos mais severos – e também poderá distinguir-se por ter sido dos que mais tweets terá gerado. Para os investigadores da Agência Nacional de Ciência da Austrália (CSIRO é a sigla usada em inglês) e do Black Dog Institute não podia haver melhor amostra para testar a relação entre tweets que os cidadãos publicam e o estado de alma de uma população a uma determinada hora.
«Primeiro, registámos picos de medo sob a forma de antecipação, depois um pico de surpresa muito rápido e depois um crescimento lento de tristeza, que acabou por se dissipar às 11 da noite», refere Helen Christensen, investigadora do Black Dog Institute, numa descrição publicada na Newscientist das horas que se seguiram à apresentação do orçamento de 2014 pelo governo australiano.
A descrição de Helen Christensen tem por base a análise de tweets de 1200 pessoas através de uma matriz de 600 palavras que permite classificar os diferentes textos de acordo com sete estados emocionais predefinidos.
Segundo a Newscientist, o sistema criado pelas duas instituições australianas tem a capacidade para recolher 750 tweets por segundo e dispõe de filtros que permitem estimar qual das sete classificações emocionais domina uma ou mais regiões.
Os mentores do sistema de monitorização acreditam que a análise de tweets pode revelar-se uma ferramenta útil para as autoridades de um país, quando se trata de tomar medidas de reação a acontecimentos naturais ou de origem social. «As taxas de suicídio são maiores em áreas remotas. Se conseguirmos mostrar que, por exemplo, há mais suicídios stressados nessas áreas, ganhamos uma forma de validação (das taxas de suicídio em áreas remotas)», acrescenta Helen Christensen do Black Dog Institute.