A Panasonic já tinha anunciado que iria entrar no mercado das full frame – câmaras com sensores com área equivalente à película de 35 mm, normalmente o formato preferido pelos profissionais. O anúncio foi feito em setembro de 2018 na Photokina, a maior feira dedicada à fotografia da Europa. Na altura, as S1 e S1R foram expostas, mas atrás de vidros e a Panasonic não revelou muito acerca das características. Agora, numa apresentação à imprensa internacional onde a Exame Informática esteve presente, os jornalistas puderam usar as novas câmaras – no nosso caso, a topo de gama S1R – durante uma tarde de fotografia em Barcelona. O que significa que já se sabe quase tudo sobre as novas câmaras topo de gama da Panasonic.
Para profissionais
Não há espaço para dúvidas. A Lumix S são câmaras para profissionais. O que se nota logo na solidez do corpo de liga de magnésio e no grande leque de comandos manuais disponíveis. Um dos melhores exemplos é o ecrã LCD de grande dimensão que é apenas parcialmente articulado. Uma característica muito criticada, mas que a Panasonic justifica com a solidez do sistema. E, de facto, experimentámos segurar a S1R, uma câmara volumosa e pesada, pelo LCD e ficámos impressionados pela resistência do sistema mecânico associado ao LCD. Parece preparado para suportar quase tudo. O mesmo se pode dizer do corpo de magnésio, resistente a intempéries, e aos diferentes botões e rodas de comando. Tudo aparenta ter sido feito para durar muito. Neste campo, a Panasonic anuncia que o obturador foi testado para se manter fiável após mais de 400 mil fotos, um valor que a marca japonesa garante ser o melhor do mercado. Outro exemplo que demonstra bem a importância que foi dada à resistência e fiabilidade: as S1 e S1R estão certificadas para funcionar a -10ºC.
Há muitos outras características que apontam para o profissionalismo destas câmaras, como a capacidade de sincronizar o flash até uma velocidade de 1/320 segundos, outro recorde do mercado, o suporte para dois cartões (SD e XQD) e a saída HDMI standard (formato grande).
Resolução recorde
Só tivemos oportunidade de fotografar com a S1R, mas pelo que conseguimos apurar a S1 e a S1R são iguais, à exceção dos sensores e das respetivas consequências (velocidade de processamento). A S1R é mais dedicada a fotógrafos e procuram a melhor definição possível. O sensor tem uns expressivos 47,3 megapíxeis. Não é o sensor com a maior resolução do segmento, embora fique lá perto, mas a S1R é capaz de produzir as imagens com mais resolução do que qualquer concorrente: 187 megapíxeis. Isto através do modo de alta resolução, que recorre ao sistema de estabilização do sensor para mover este elemento microscopicamente e fazer várias exposições consecutivas, somando a resolução destas imagens e criando uma nova imagem com quatro vezes mais resolução. Um modo que, na prática, exige um tripé para se garantir a melhor nitidez possível. E, é claro, só funciona bem com motivos sem movimento. Ou pelo menos com pouco movimento, porque este modo inclui uma opção onde a câmara analisa partes da imagem em que há algum movimento – folhas das árvores, por exemplo – e, nessas áreas especificamente, não aplica a soma das várias exposições. O resultado é uma imagem com uma resolução entre os 47,3 megapíxeis base e os 187 megapíxeis, que é o máximo possível. Tudo depende da dimensão da área onde foi detetado algum movimento.
A S1 tem um sensor de menor resolução (24 megapíxeis) com filtro “low pass” e, como tal, é mais rápida no processamento de imagens e mais adequada ao vídeo (o filtro low pass evita problemas qualitativos quando a filmar motivos com padrões, como uma camisa com riscas finas). Como a S1R, a S1 é capaz de gravar vídeo 4K, o que não é novidade no mercado, mas fá-lo a até 60/50 imagens por segundo, o que permite fazer uma câmara lenta com redução da velocidade para metade. Em Full HD, a gravação pode ser feita até 180 fps para se obter uma supercâmara lenta.
Considerando a experiência que a Panasonic tem no vídeo, com destaque para a linha Lumix G, não é de estranhar o número de opções disponíveis neste modo. Características valorizadas pelos profissionais do vídeo, como suporte para os standards Cinelike D/V e Like 709 (curvas gamma) e a gravação de vídeo 4K em 4:2:0 de 8 bits. A Panasonic garante que vai disponibilizar uma atualização de firmware, que será paga, para permitir a gravação até 4K 60/50p em 10 bits 4:2:2. Esta atualização também vai trazer suporte para V Log. No campo do intervalo dinâmico, a Panasonic garante que consegue atingir os melhores resultados do mercado através do novo perfil Hybrid Log Gamma (HLG) disponível nas novas câmaras.
Desempenho
As câmaras testadas pelos jornalistas são modelos de pré-produção com firmware ainda em estado beta. Como tal, não podemos tecer grandes comentários sobre a qualidade de imagem e velocidade de foco destas câmaras. As características são muito promissoras e, no global, ficámos muito bem impressionados com a qualidade de fotografia e vídeo da S1R.
As duas câmaras chegam ao mercado no final de março. Os preços recomendados para a S1 e S1R são, respetivammente, de 2499 e 3699 euros.
Primeiras fotos
Algumas das primeiras fotos feitas com a nova câmara digital topo de gama da Panasonic durante a apresentação à imprensa
As fotos foram feitas em modelos de pré-produção e a qualidade não deve ser vista como final. Por isso mesmo, apresentamos versões em baixa resolução das fotos
Vídeo de teste