Sob o tema “A Higher Intelligence” a Huawei revelou esta terça-feira em Londres a série 20 do Mate – o telefone mais poderoso da empresa chinesa. Os novos Mate partilham a maioria das características, mas a versão Pro é, claro, a mais avançada. E, antes de mais, fique com os preços: O Mate 20 está disponível em duas versões: a de 4 GB custa 799 euros e a de 6 GB custa 849 euros. A fasquia sobe no Pro que custa 1049 euros. Finalmente, o X chega com preços a começar nos 899 euros. Para os que têm orçamentos mais generosos, a versão Porsche do Mate começa nos 1695 euros. Mas não memorize estes preços todos, afinal, só o Mate 20 Pro é que vai estar disponível no mercado nacional.
«Estes são os smartphones mais poderosos e os mais inteligentes que alguma vez criámos», foi assim que Richard Yu, responsável máximo pela área de consumo da Huawei, deu as boas-vindas aos centenas de convidados que encheram por completo uma das salas do centro de exposições Excel, em Londres.
A grande novidade nos terminais é a componente ótica das câmaras principais. A Huawei criou aquilo que designou como “Sistema Matrix”, baseado no um reposionamento das três câmaras principais do telefone. Em vez de estarem na vertical, como no P20, encontram-se em quadrado – sendo que o vértice do quadrado que falta para ter os quatro elementos é preenchido pelo flash.
O Mate 20 Pro tem uma componente de imagem composta por três câmaras: uma de 40 MP wide angle f1.8 (27 mm); outra de 20 MP Ultra wide; e uma de 8 MP telefoto. O Mate é mais parco na resolução e fica-se pelos 16 MP/12 MP/ 8 MP, respetivamente.
Diz a Huawei que o novo sensor de imagem é 125% maior que os existentes no mais recente iPhone ou no Galaxy Note 9 – não estranhe a comparação… toda a apresentação da Huawei foi um constante desfilar de especificações contra os telefones já referidos.
A Super HDR technology – compara 10 imagens para compor a imagem final (com fundos sobreexpostos, por exemplo) – permite, por aquilo que vimos nas imagens de teste, levar o intervalo dinâmico das imagens para um novo patamar de exigência. Foi possível ver imagens a mostrar boas cores em contraluz.
A câmara principal consegue fazer um zoom ótico de 3x, mas também um híbrido de 5x que, mais uma vez pelas fotos mostradas, nos parece apresentar quase nenhum ruído digital. Uma novidade absoluta é a capacidade de conseguir fazer macros a apenas 2,5 centímetros do alvo.
Os fãs das selfies vão gostar de saber que a câmara principal, com uma resolução de 24 MP, tem mais e melhores efeitos para produzir fotos mais realistas. Aliás, a grande angular frontal também permite captar ainda mais cenário.
A Inteligência ao serviço da imagem
O processador neural integrado no Mate 20 e 20 Pro tem muitas capacidades associadas à produção de imagens. O processamento em tempo real das imagens permite aplicar efeitos complexos. No vídeo, por exemplo, o IA Colour consegue deixar o fundo a preto e branco e a pessoa com cor – em tempo real. Também é possível identificar pessoas em imagens e selecioná-las para que fiquem sempre em campo, por exemplo.
No entanto, o grande impacto da tecnologia do processador vê-se na tecnologia de Realidade Aumentada. O 3D Live Emoji (sim, onde é que já ouvimos isto?) da Huawei permite criar objetos tridimensionais com os quais é possível interagir a partir da câmara do telefone. Objetos que podem ser partilhados nas redes sociais. No exemplo que vimos, um panda de peluche foi digitalizado e utilizado para algumas interações em palco. A experiência pareceu-nos muito fluída e a resolução da imagem produzida bastante boa.
Na câmara frontal, o Huawei 3D depth sensing permite desbloquear o telefone – com a face – rapidamente.
Android 9 de raiz
Os novos Mate são dos primeiros smartphones a chegar ao mercado com a versão 9 do Android. Também estreiam a mais recente interface desenhada pela Huawei – a EMUI9.
Em termos de especificações, além do Kirin 980 (o processador mais evoluído do momento), os telefones integram ecrãs curvos. O Mate 20 tem um LCD de 6,23″, com resolução FHD+ 2440×1080, HDR, formato 18.7:9 (não é tão vertical como os concorrentes da Samsung) e o brilho é de 820 nits. O Mate 20 Pro tem um ecrão OLED de 2K+ (3120×1440 px) e as restantes características são as mesmas já referidas para o Mate 20.
São telefones com uma relação de proporção que lhes permite ter um ecrã mais largo que a concorrência e, lá na parte da frente, continua a figurar o notch que foi estreado pela Apple e seguido por quase toda a indústria. O Mate 20 tem 8,6 mm de espessura e o Pro apenas 8,1 mm.
O sensor de impressão digital foi integrado no ecrã e, por isso, não existe qualquer botão físico para esse efeito. Diz a Huawei que este in-screen fingerprint tem 10 níveis de pressão e é 30% mais rápido que o anterior.
O cartão de memória mais pequeno de sempre
O fabricante chinês revelou que os novos Mate suportam aquele que é o primeiro Nano Memory Card disponível no mercado. O cartão é 45% mais pequeno que um comum cartão SD. Na slot para o SIM pode escolher-se entre um nano SIM ou colocar um destes cartões. Uma solução inteligente e que faz com que não seja necessário colocar mais uma slot para cartões no hardware. Estes cartões começam a ser disponibilizados no mercado em novembro.
Em termos de som, os novos Mate têm uma coluna de som dupla que repousa perto da porta USB C.
Energia para dar
Uma das grandes novidades na série Mate é o suporte para carregamento por indução. A Huawei diz ter ficado à espera que surgisse a tecnologia que permitisse carregamentos um pouco mais rápidos. A tecnologia integrada nestes telefones permite o carregamento sem fios a 15 Watts. Mas a grande novidade nem é essa. O que mais interessante é que vai ser possível a quem tenha um Mate dar energia a outros dispositivos também de forma wireless. Basta, se o dispositivo recetor suportar a mesma tecnologia, encostar os dois telefones para que o carregamento seja efetuado.
A bateria integrada no Pro é de 4200 mAh e a capacidade é de 4000 para o Mate 20. Claro que os telefones suportam carregamento rápido. Neste nova geração, o carregamento é feito a 40 Watts e o telefone pode ter 70% da bateria carregada ao fim de 30 minutos.
O Mate 20 X tem um ecrã enorme
Surpresa das surpresas: a família Mate tem um novo elemento. O Mate 20 X integra um ecrã OLED de 7,2″, com resolução FHD+ 2244×1080 px. No seu interior bate o mesmo Kirin 980 que está nos outros Mate. Aliás, o sistema de câmaras também é o mesmo do Mate 20 Pro. O dispositivo tem suporte para a Mpen que tem agora 4096 níveis de pressão. Um ecrã tão grande e essa capacidade de processamento precisa de energia. Muita. Por isso, este X vem com uma bateria de 5000 mAh que, diz a Huawei dá para ver 23 horas de vídeo. Para não aquecer demasiado, o fabricante concebeu um novo sistema de dissipação com uma câmara de vapor e uma camada de grafeno que também contribui para a condução térmica.
E um novo sistema de som que permite ter volumes mais elevados e maior definição de graves. E um acessório de gamepad que a Huawei comparou à Nintendo Switch – e que, diz o fabricante, tem o dobro da autonomia da consola japonesa (6 horas contra 3 horas)
E também há um relógio!
A empresa também revelou um novo relógio: o Watch GT. Um relógio que tem um ecrã OLED de 1,39″ e uma resolução de 454×454 px. O GT tem apenas 11,8 mm de espessura. O desenho do relógio parece-nos bem conseguido, mas aquilo que mais impressiona é a forma como o dispositivo utiliza uma nova arquitetura no processador que, diz a Huawei, permite ter duas semanas de autonomia. Finalmente, o relógio tem um sensor cardíaco integrado e resiste a mergulhos até 50 metros de profundidade.
A Huawei também revelou uma nova pulseira desportiva, Band 3 Pro, com um ecrã OLED e GPS integrado. Também resiste a mergulhos de 50 metros.