É uma máquina de aspeto simples, que cabe no tampo de uma mesa de cozinha: um tubo de vidro revestido de ímanes que, na verdade, é um reator nuclear inovador feito com recurso a uma impressora 3D. Este feito foi conseguido por uma equipa da Universidade de Princeton que aponta assim para um futuro de carbono zero.
O reator do PPPL, de Princeton Plasma Physics Laboratory, é de fusão nuclear, constituído por um tubo de vidro coberto numa carapaça de nylon impressa em 3D e cujo interior, no centro, tem 9920 ímanes raros, noticiou o IEEE Spectrum. A estrutura ajuda a conter plasma superaquecido e, no tubo de vácuo e orientados pelos ímanes, os átomos sem eletrões colidem uns com os outros. Dessa colisão, resultam fusões dos núcleos que libertam quantidades massivas de energia.
As vantagens da abordagem destes investigadores passam pelo custo e tempo de construção: uma instalação semelhante na Alemanha demorou 20 anos e custou mil milhões de dólares para ser terminada, enquanto a solução de Princeton foi construída em menos de um ano e custou 640 mil dólares.
Com as crescentes necessidades energéticas do planeta a produzirem alterações climáticas irreversíveis e com o aumento da procura ligada ao crescimento do segmento da Inteligência Artificial, encontrar soluções para geração e armazenamento limpos de energia é um imperativo. Microsoft, Amazon e Google estão a delinear planos para se virarem para a energia nuclear e as abordagens futuras podem passar por reatores modulares mais pequenos e que sejam mais seguros do que as fábricas nucleares originais, avança o website Gizmodo.
O desafio para os investigadores passa por conseguir escalar a produção e comercializar os reatores de tipo de fusão nuclear, que não geram lixo tóxico e que, em caso de acidente, não produzem qualquer derrame nuclear. Por outro lado, os componentes necessários para este aparelho não podem ser reaproveitados para a construção de armas nucleares.