As células estaminais podem ser usadas para gerar praticamente qualquer tipo de célula do corpo humano. Uma equipa do Cedars-Sinai Medical, um centro médico de Los Angeles, nos EUA, quer cultivar este tipo de células no Espaço em grande número e para já vai fazê-lo a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) e perceber como as condições espaciais podem ajudar a desbloquear o potencial de cura para doenças mortais.
Um dos investigadores envolvidos doou parte das suas próprias células para este trabalho. Foi a bordo da missão de reabastecimento SpX-25, da SpaceX, que as células de Dhrub Sareen foram enviadas para a ISS neste fim de semana. Já houve alguns trabalhos semelhantes, com experiências de cultivo destas células a bordo da ISS a serem realizadas, uma vez que as condições de microgravidade fornecem um ambiente diferente para investigar novos métodos e aplicações.
A gravidade da Terra torna difícil o cultivo de grandes volumes de células (muitos milhões) necessários para os tratamentos dos pacientes. No nosso planeta, são necessários grandes reatores para mexer vigorosamente as células de forma a que não se agarrem umas às outras ou que caiam no tanque de produção. O próprio movimento pode levar a danos nas células, pelo que a microgravidade, que exerce pouca força sobre as células, fornece um ambiente potencialmente mais propício para uma produção em maior número.
Jeffrey Millman, engenheiro biomédico, explica que mesmo que existisse autorização dos reguladores para novos tratamentos com células estaminais, “não temos capacidade para as produzir”, cita o Interesting Engineering. Assim, a produção em grande escala no Espaço pode vir a ser a solução para o início de tratamentos de cura inovadores.
A equipa enviou células dentro de um contentor do tamanho de uma caixa de sapatos com tudo o que necessitam para sobreviver durante quatro semanas. Para efeitos comparativos, há um conjunto semelhante em Terra. Dentro de cerca de cinco semanas a amostra vai ser trazida de novo para o nosso planeta e os investigadores pretendem avaliar o impacto das condições espaciais no cultivo.