Uma parte dos residentes de Pompeia sucumbiu com a erupção do vulcão no ano de 79. Em 1933, arqueólogos encontraram os corpos de dois habitantes vítimas do desastre natural, com os esqueletos a estarem em perfeitas condições de preservação. Agora, uma equipa de investigadores de Itália, Dinamarca e EUA conseguiu fazer a sequenciação do genoma destes dois habitantes, descodificando por completo o ADN de um residente de Pompeia daquela data pela primeira vez, noticia o The New York Times.
O feito foi possível com a análise do material genético encontrado num segmento de osso do ouvido de um dos esqueletos. No processo, os investigadores descobriram que o elemento masculino do casal descoberto sofria de um género de tuberculose. O homem teria cerca de 35 anos quando morreu e os cientistas estimam que tenha sido a pouca mobilidade dos membros inferiores, causada pela doença, que impossibilitou a sua fuga quando o vulcão do Monte Vesúvio entrou em erupção há dois mil anos.
A análise genética e a comparação deste ADN com o de outros 1030 habitantes da Eurásia Ocidental antigos e 471 modernos, a equipa coloca a origem deste homem em Anatólia, parte da atual Turquia e com ligações à zona da Sardenha, embora a maior semelhança genética seja com os habitantes de Roma. Com esta mistura genética, os investigadores veem confirmada a teoria de que a península italiana era um local de encontro de pessoas de diversas regiões na altura do Império Romano.
Este trabalho, publicado agora no Scientific Report, permite perceber um pouco melhor o mundo antigo e como a vida era há milhares de anos. Gabriele Sorrano, investigador principal do estudo sobre Pompeia, afirmou que este e outros estudos genéticos podem vir a revelar mais sobre a cidade, incluindo informação sobre a biodiversidade na região.