Os investigadores do DIII-D National Fusion Facility at General Atomics, uma dependência do departamento de energia americano, propõem melhorar os escudos e materiais exteriores das naves espaciais que possam vir a ser usadas para exploração para lá do Sistema Solar. Para isso estão a recorrer a testes com reatores de fusão nuclear. Estes reatores são capazes de gerar as condições extremas de calor necessárias para simular as condições encontradas ‘lá em cima’.
Até aqui, os testes têm sido feitos usando lasers, jatos de plasma e projéteis a hipervelocidade, não havendo um método único que consiga replicar as condições encontradas no espaço ou em entradas em atmosferas adversas. Durante as entregas a mais de 160 mil km/h, o gás atmosférico envolvente faz a temperatura subir para lá dos 5500 graus centígrados. Agora, os cientistas do DIII-D mostram que o plasma quente gerado pela fusão nuclear num reator oferece uma nova forma, potencialmente melhorada, de modelar o comportamento que o escudo deve ter face ao calor exterior, noticia a Institution of Mechanical Engineers.
“As funcionalidades do DIII-D em descargas relativamente longas de plasma como as condições bem controladas e estáveis, onde o fluxo de calor e o fluxo de velocidade são semelhantes às que se encontram em entradas atmosféricas (…) Isto permitiu-nos simular algumas das condições mais extremas que os escudos de calor têm de suportar, como a entrada da sonda Galileo na atmosfera de Júpiter, sem a necessidade de lançar as nossas amostras a grandes velocidades”, explica Eva Kostadinova, da Universidade de Auburn.
A equipa recolheu dados sobre o comportamento das amostras expostas a estas condições extremas e pretende-se usar agora técnicas para escalar e extrapolar os resultados para projéteis maiores e para exposições mais prolongadas. Pretende-se que os resultados possam ajudar a desenvolver os materiais necessários para missões ainda dentro do Sistema Solar, como a Vénus ou às luas de Júpiter.