O já famoso teste de PCR tem sido a norma na deteção de coronavírus. Mas rapidamente começaram a procurar-se alternativas que possam apresentar resultados em menos tempo, mas com a mesma fiabilidade. Uma destas soluções passa pelo método LAMP, que permite fazer uma análise muito parecida com o PCR, sem exigir equipamento tão sofisticado.
Ao mercado português acabou de chegar um destes testes, criado no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, e produzido pela empresa australiana ALS. O teste, feito a partir de uma colheita na nasofaringe, ou zaragatoa, tal como o PCR, apresenta resultados em 45 minutos, que se traduzem numa mudança de cor da amostra: se esta se mantiver transparente, não há sinal de SARS-CoV-2, se ficar azul, é positivo para a Covid. “Neste tipo de testes procuramos sequências de ADN, ou ARN neste caso, específicas, e fazemos a sua amplificação a temperatura constante”, detalha a responsável pelo laboratório de segurança e qualidade alimentar do INL, Marta Prado. “É uma tecnologia muito parecida com a PCR, que permite identificar as tais sequências específicas. A grande diferença é que são usados outro tipo de enzimas, o que dispensa os vários ciclos a temperaturas diferentes exigidos pelo PCR.
“Este protocolo está desenhado para ser realizado a temperatura constante. Além disso, a mudança de cor permite-nos identificar as amostras positivas a olho nu. Também é mais rápido e portátil”, reforça a investigadora que acompanhou o trabalho do investigador Alejandro Garrido.
Depois da colheita, o material é misturado aos reagentes que fazem parte do kit, as provetas são postas numa incubadora, durante cerca de 45 minutos. Ao fim deste tempo, as amostras positivas tornam-se azuis. As negativas mantêm-se transparentes. “Com uma incubadora muito simples, que nos permita ter a temperatura de reação constante, podemos levar o equipamento para o local da colheita e fazer ali a identificação”, explica Marta Prado. Esta portabilidade permite fazer o teste no local, como aeroportos, entradas de salas de espetáculos, empresas.
Produzido pela empresa australiana ALS, nas suas instalações em Tondela, o teste tem um preço de dez euros e apresenta uma especificidade de 98% e uma sensibilidade 95%.
Para já, Portugal ainda não aceita este tipo de testes para fins de viagens, seguindo as regras IATA que exigem o PCR. Mas em países como Espanha e Reino Unido já são considerados válidos.