A rocha espacial vulcânica Erg Chech 002 (EC 002) é um meteorito constituído por material de um antigo protoplaneta e foi descoberta por investigadores no deserto do Sara na primavera de 2020. Os cientistas acreditam que se trata do pedaço de lava “mais antigo” e que conseguirão agora obter indícios sobre a formação dos planetas no Sistema Solar.
Os detalhes sobre a descoberta foram publicados agora no Proceedings of the National Academy of Sciences pela equipa liderada por Jean-Alix Barrat, professor de Geoquímica na Unversidade Western Brittany em França. “EC 002 é claramente diferente dos outros grupos de asteroides e não possível identificar qualquer objeto com estas características especiais até à data”, explica a equipa. Os investigadores adiantam que os protoplanetas e os seus vestígios foram destruídos com o passar do tempo, fazendo com que os “meteoritos originais de crostas primordiais sejam uma ocorrência excecional”.
O conjunto de amostras EC 002 consiste de vários meteoritos que pesam um total de 32 quilos. A equipa conseguiu calcular quando é que este pedaço de crosta, constituído parcialmente por lava derretida, cristalizou efetivamente numa forma sólida explica o Vice. A análise química situa o evento a 4,56 mil milhões de anos, tornando-o “o pedaço de rocha ígnea mais antigo de que há conhecimento”. Até aqui, o objeto mais antigo era o NWA 11119, uma rocha 1,24 mil milhões de anos mais ‘nova’. A Terra começou a formar-se vários milhões de anos depois da origem destas duas rochas.
O meteorito EX 002 é composto em 58 por dióxido de silício, sugerindo que o planeta de onde é originário tinha uma composição mais invulgar de rocha andesito. Na Terra, este tipo de rochas é habitualmente formado por basalto.
A conclusão da equipa é que “este meteorito é a rocha magma mais antiga que foi analisada até à data e permite maior conhecimento sobre a formação da crosta primordial que cobria os antigos protoplanetas”.