Ikaria wariootia é o nome do fóssil encontrado na Austrália e que se acredita ter estado na génese de toda a vida animal como a conhecemos atualmente. Esta criatura extinta apresentava simetria nos dois lados e tinha uma boca e um ânus apenas. Os investigadores acreditam que este será o organismo ancestral comum a quase todos os animais que existem atualmente. Apesar de toda a diversidade que se encontra hoje em dia e que já foi passando pela Terra ao longo dos milénios, os cientistas tentaram sempre procurar o elemento comum que terá dado origem à vida animal.
Durante mais de uma década, várias equipas analisaram os túneis fossilizados encontrados na Austrália em busca das criaturas que os tivessem criado. Agora, Scott Evans, da Universidade de Riverside, liderou o grupo de trabalho que encontrou mais de cem fósseis usando tecnologia de scanner laser 3D. O cientista explica que a chegada das digitalizações 3D foi o momento chave em que perceberam finalmente que os organismos já detetados eram sim os responsáveis por ter cavado os túneis e que depois evoluíram para as diferentes formas de vida animal conhecidas atualmente.
O maior Ikaria warioota detetado tinha o tamanho e a forma de um bago de arroz, noticia a publicação Vice. Na altura em que ‘passeou’ pela Terra, este organismo contava com a companhia de outros organismos simples, mas dos quais nem todos eram bilaterais, ou seja, nem todos eram simétricos. Este verme devia alimentar-se de algas ou outras formas de vida mortas que ia encontrando no leito dos mares.
“Se queremos identificar potenciais planetas que possam albergar vida complexa, temos de perceber melhor os ambientes em que esta vida se desenvolveu no nosso planeta há 500 milhões de anos”, disse Evans. “Podemos perceber que o Ikaria procurava especificamente ambientes ricos em oxigénio e evitava os que não tinham oxigénio”, completa o investigador.
“O trabalho em que estou envolvido agora é combinar todas as características que conseguimos identificar no Ikaria com o que conseguirmos ver noutros animais deste período (…). Isto irá ajudar-nos a ter uma melhor imagem da programação genética que foi operada para construir estes animais e, esperamos, dar-nos uma melhor ideia de onde se encaixam dentro do contexto mais alargado da evolução de formas de vida complexas no planeta”.