Ben Haldeman, fundador da LifeShip, explica que o «ADN é a carga mais pequena que se pode imaginar, no entanto, a mais importante em diferentes formas». Este é o conceito que levou a LifeShip a propor viagens até à Lua, por 99 dólares, só de ida e sem suporte de vida. “Quem” irá viajar, será uma amostra de ADN dos interessados, como forma de preservar o seu código genético para sempre no Espaço.
A LifeShip propõe armazenar o ADN em âmbar artificial que foi primeiro usado pela Arch Mission Foundation. Esta missão, recorde-se, pretende criar múltiplos repositórios redundantes de conhecimento humano pelo Sistema Solar. Em março, a SpaceX transportou uma nave israelita que tinha a bordo um arquivo analógico e digital de 30 milhões de páginas sobre história da humanidade e civilização num conjunto de discos de níquel. Foi esta missão que levou também cem milhões de células de 25 humanos e outros organismos como os tardígrados para a superfície da Lua. Após uma avaria, a nave acabou por se despenhar à superfície, mas acredita-se que a cápsula contendo a Lunar Library está intacta.
Os responsáveis da LifeShip explicam que guardar o ADN em ambiente seco, sem água, será mais seguro para o próprio ADN e para a Lua. «Se a radiação as quebrar, teremos ainda a redundância». O ADN vai ser enviado com a Arch Mission, entre camadas de arquivos: «não podemos garantir um milhão de anos [de arquivo], mas estamos certos de que irão aguentar-se durante muitos anos», disse Haldeman à Spectrum.
Fatores como o calor ou a radiação podem afetar a resistência desta solução. Nova Spivack, que apoia a Arch Mission, explica que estão a ser testadas diferentes formas de proteção para as amostras.
O backup lunar de ADN deverá estar disponível a partir do outono, depois de uma campanha de Kickstarter onde se irá cobrar 99 dólares pelo processo. A LifeShip espera conseguir apanhar uma boleia para a Lua a cada seis meses.