Os esforços para eliminar os fatores que contribuem para o buraco da camada do ozono estão a ser bem sucedidos, com um relatório de novembro de 2018 a mostrar sinais de retoma e de redução do buraco. Os especialistas preveem a recuperação para um nível positivo nos próximos 50 anos, mas há novos estudos que apontam para uma recuperação mais lenta.
Em 1985, os cientistas detetaram um buraco na estratosfera, entre 15 e 35 quilómetros de altitude, onde se concentra 90% do ozono da nossa atmosfera, uma camada que nos protege dos efeitos dos raios ultravioleta. Em 1987, foi assinado o Protocolo de Montreal, onde se planeou a abolição do uso das substâncias destruidoras de ozono, como os CFC. O buraco demorou cerca de dez anos a fomar-se, com o auge a ser registado entre 1990 e 2000.
O Protocolo previa o fim da utilização do CFC-11 até 2010, algo que não aconteceu, ficando até pior, com a entrada em cena da China enquanto entidade produtora. Esta utilização poderá causar um atraso na recuperação da camada de ozono até 20 anos.
Por outro lado, a utilização de substâncias de durações mais curtas, não previstas em Montreal, causam uma outra ameaça. Se as emissões destas substâncias continuarem aos níveis de 2015, a recuperação do ozono pode tardar mais cinco anos. No entanto, estatísticas mostram que o uso destas substâncias está até mais alto, pelo que a recuperação deve demorar mais 17 a 31 anos.
Por último, há uma complexa relação entre os gases de estufa e as substâncias destruidoras de ozono, que, com o aquecimento global, pode conduzir a um atraso de mais 20 anos, noticia o ArsTechnica.
Um relatório assinado por Xuekun Fang e outros investigadores conclui que uma proporção substancial do mundo, como a China, a Ásia do Sul, o Sudeste asiático e a América do Sul não está coberta pelas redes de medição de substâncias destruidoras de ozono, o que dificulta estes estudos.