Um grupo de investigadores da Universidade Técnica de Munique, que recorreu a um software de inteligência artificial, conseguiu efetuar uma análise proteómica que é descrita como sendo mais rápida e menos falível que os métodos anteriores. A técnica tem por base a análise de um grande número de proteínas que compõem os genomas de vários organismos.
O software foi batizado de “Prosit” e é «aplicável a todos os organismos no mundo, mesmo que os seus proteómios nunca tenham sido analisados», explicou Mathias Wilhelm num comunicado. «Este é um passo importante para a investigação na área», reforçou.
Hoje, a análise do genoma começa por recorrer a spectómetros de massa, que permitem uma análise de componentes relativis a sequências de aminoácidos, explica um comunicado da Universidade de Munique. Esta análise é feita por comparação entre os registos espectrais que são recolhidos no momento e uma base de dados previamente elaborada que identifica cada uma das proteínasexistentes no genoma. Acontece que este processo produz falhas e erros, uma vez que apenas se consegue comparar uma parte do espéctro registado pelos espectómetros de massa.
Segundo os investigadores, esta ferramenta pode vir a ser útil na deteção de proteínas defeituosas, responsáveis pelo aparecimento de doenças como, por exemplo, o cancro, a diabetes ou demência – por consequência, será também um passo importante para o desenvolvimento de tratamentos clínicos.
Para superar esta taxa de erro, os investigadores da universidade bávara desenvolveram uma rede neuronal que permite recolher toda a informação necessária para se poder fazer as comparações com as bases de dados que permitem identificar as diferentes proteínas.
Bernhard Küster, um dos investigadores do projeto, ilustrou da seguinte forma a eficácia da solução de inteligência artificial criada na universidade do sul da Alemanha: «tivemos uma menor taxa de falha, que fez 100 vezes menos erros (que os métodos anteriores)», afirma.