É um dos matemáticos mais conhecidos pelo trabalho que está na base daquilo que é hoje a computação e a Inteligência Artificial; e reconhecido pelo trabalho que fez durante a IIª Guerra Mundial na quebra da cifra que estava na base da máquina alemã, Enigma. No entanto, a Alan Turing só se conhece um trabalho publicado na área da Química. É o conceito que está na base desse trabalho que é agora usado por investigadores na China que desenvolveram uma membrana que consegue filtrar água salgada de uma forma que é três vezes mais rápida que os sistemas atuais.
O filtro agora desenvolvido na universidade de Zhejiang, na China, tem uma nanoestrutura tubular criada a partir de um material semelhante ao nylon. A equipa liderada por Lin Zhang juntou alguns elementos químicos para conseguir produzir essa membrana que tem uma área grande de filtragem (superior à dos filtros convencionais utilizados na dessalinização da água do mar) e uma capacidade superior de eliminação de sal e de outros poluentes. Os investigadores dizem que um metro quadrado deste filtro consegue filtrar 125 litros de água por hora. Um valor que equivale a três vezes o utilizado em métodos convencionais – como ferver a água ou filtrá-la utilizando maquinaria. No entanto, o sistema é indicado para a filtragem de águas salobras ou industriais. Especialistas citados na Nature referem que a membrana agora apresentada pode servir para filtrar a água do mar antes de ela entrar nas centrais de dessalinização e, assim, acelerar esse processo.
A nanoestrutura tubular criada para esta membrana segue o modelo matemático proposto por Turing em 1952 (dois anos antes da sua morte) que postula a interação entre células de um embrião para que formem estruturas – como órgãos, por exemplo. O modelo matemático previa um processo no qual duas substâncias estão permanentemente a reagir entre elas. Algo que foi colocado em prática pelos investigadores chineses na forma como aglomeraram vários agentes químicos.