É mais um avanço na criação de órgãos que possam ajudar a lidar com as mais variadas maleitas da saúde humana. Investigadores do Instituto Salk para a Investigação Biológica, na Califórnia, conseguiram implantar um organoide do cérebro (um modelo tridimensional celular que tem comportamento semelhante ao de um órgão) num rato. A experiência durou 233 dias – altura em que o elemento biológico acabou por morrer – período muito mais longo do alguma vez conseguido pelos cientistas para este tipo de organoide. Habitualmente, as pequenas estruturas feitas de células estaminais só conseguem sobreviver em pratos de Petri um máximo de cinco semanas.
No organismo do rato, o organóide teve acesso a um fluxo de sanguíneo contínuo e terá sido essa a razão que esteve na origem desta elevada sobrevivência. Os cientistas destacam que o desenvolvimento do organoide do cérebro teve um comportamento muito semelhante ao que teria se estivesse dentro de um corpo humano.
Este implante foi efetuado diretamente no cérebro do rato e, com o acesso à irrigação sanguínea constante, o “microórgão” desenvolveu vasos sanguíneos e novos neurónios.
O Engdget cita um dos investigadores sobre o facto dos novos neurónios terem estabelecido novas ligações entre eles e entre os neurónios do hospedeiro… e, surpreendentemente, funcionarem de forma sincronizada. «É uma indicação de que o acesso permanente à corrente sanguínea fez com que o organoide se mantivesse saudável durante mais tempo e, também, que atingisse uma complexidade neurológica que nos vai permitir perceber melhor as doenças do cérebro», explica Abed AlFattah Mansour.
O avanço no desenvolvimento de organoides vai ajudar os cientistas a desenvolver novas técnicas para o tratamento de doenças do cérebro que podem ser do foro neurológico ou psiquiátrico. A Alzheimer, a Esquizofrenia ou, por exemplo, a Depressão… são doenças que são estudadas há muito tempo, mas para as quais o desenvolvimento de novas terapias tem tardado devido à complexidade do cérebro humano.
Quais as consequências para o rato que sofreu o implante? Terá fico mais inteligente? Os estudos do Instituto Salk mostram que a cobaia manteve o mesmo desempenho nos testes – nomeadamente, na resolução de um labirinto.
Pode ler mais neste artigo da Science Daily (em inglês)